CINEMA

No coração do mar propõe revisão de conceitos

Ron Howard assina caprichada versão para o clássico Moby Dick

coração do mar
Uma boa revisão de conceitos está proposta em No coração do mar, mais recente longa assinado por Ron Howard (Apollo 13 — Do desastre ao triunfo). Tendo como eco a criação do clássico Moby Dick, a narrativa bane heroísmo e vitórias fáceis das fitas de Hollywood. Com sobriedade que faz lembrar a de Mestre dos mares (2003), o longa dilui o brilho da ficção Moby Dick e centra maior fogo no desenvolvimento da crise do “malcasado” (como sublinha um personagem) par habilitado ao comando do barco Essex: o experiente Owen Chase (Chris Hemsworth), confiante e subaproveitado, e o prepotente chefe dele, George Pollard (Benjamin Walker).
Há embate nas águas, à la O velho e o mar (1958). De proporções agigantadas e persistente, uma baleia-branca não se conforma com posto de mera presa dos marinheiros, determinados ao enriquecimento, no ano de 1820. Acatando limite de tempo para o desenvolvimento de bom enredo, editores que habitualmente trabalham com Ron Howard se prestam a exímio timing. A favor do filme há ainda a qualificada direção de fotografia de Anthony Dod Mantle (127 horas).
 
Para além do duelo de autoridade do enredo, o filme questiona a dominação exercida pelo homem, numa época em que havia “demanda global” pelo valioso óleo, anterior ao petróleo, e que era extraído de baleias. Com as desoladoras imagens pós-naufrágio, há impacto visual de mutilação de uma baleia e da admirável audácia imposta ao jovem Thomas Nickerson (o ótimo Tom Holland), que tem por desafio operar dentro do interior de uma baleia.
 
A cena só enfatiza os dizeres do capitão, vencido na ideia de representar um “rei terrestre”: “Há pouca felicidade na nossa sobrevivência”. Com o filme, Ron Howard ultrapassa a condição de eterno adaptador para cinema das obras de Dan Brown (O código Da Vinci).
 
 
Assista o trailer:
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