Grupo Sócio Cultural e Ambiental Cem Modos com sede em Santa Rita, levou técnicas teatrais para crianças e adolescentes por meio Centro de Artes Cênicas do Maranhão

Crianças e adolescentes das comunidades de Recurso, Sitio do Meio, Carionguinho-Centro dos Violas, Nova vida, Cai coco e Santiago, ambos na zona rural de Santa Rita, participaram durante o mês de dezembro de uma oficina de teatro que faz parte das ações do projeto Espalhando arte, partilhando sonhos, patrocinado pela Petrobras e apoiado pelo Criança Esperança, idealizado pelo Grupo Sócio Cultural e Ambiental Cem Modos com sede em Santa Rita.

Ministrada pelo ator e diretor teatral Josimael Caldas, atual diretor do Centro de Artes Cênicas do Maranhão (Cacem), a oficina contou com a participação de mais de 60 crianças e adolescentes que puderam colocar em prática todo o conteúdo com encenações de situações do seu cotidiano.

Segundo Josimael Caldas, a parceria entre o Cacem e com o Grupo Cem Modos, fortalece o movimento teatral na cidade de Santa Rita. “Esta é uma oficina que valoriza a criança santaritense, oportunizando a autoexpressão individual e coletiva destes jovens atendidas pelo projeto. Estamos usando a técnica da americana Viola Spolin onde trabalhamos a voz, o corpo e a interpretação em improvisações orientadas. Estamos levando essa criançada a interpretar e refletir a sua realidade”, explicou Josimael Caldas.

 

O ator que já premiado nacionalmente quatro vezes como melhor diretor teatral e melhor espetáculo cênico e que também foi premiado com a melhor atuação no Guarnicê de Cine Vídeo, revelou ainda já viveu outras experiências parecidas que a esta ação mostra a descentralização do teatro para outras regiões do estado. “Este é um curso livre que a gente constrói a cada momento, baseado em uma pedagogia flexível que transformou o meu planejamento. Esta é uma oficina versátil, polivalente e flexível”, explicou o diretor.

Josimael Caldas ideia do projeto é sensibilizar e valorizar o ser humano para fortalecer a sua autoestima para que os jovens e adolescentes possam transformar a sua própria realizadade. “ O que estamos fazendo é uma descoberta dos potenciais cênicos destes meninos e meninas que não tem acesso a arte e outras formas de conscientização de valores sociais. Estamos estimulando a criatividade dos pequenos, através de jogos lúdicos, exercícios corporais e teatrais”, disse o Josimael Caldas.

Para o estudante Mateus Carvalho, 15 anos, morador da comunidade quilombola de Cai Coco, a oficina foi uma ótima oportunidade para acabar com a sua timidez. “Achei importante participar da oficina que tenho certeza que vai me ajudar mais nos meus estudos com a concentração e também na apresentação dos trabalhos. Antes eu tinha vergonha em falar em público, agora estou me sentido mais a vontade”, contou o estudante. Quem também participou da oficina de teatro foi a estudante Maria Paixão, 15 anos da comunidade de Carionguinho. Ela fez questão de ressaltar que pela primeira vez entendeu a importância do teatro para sua vida. “A gente aprendeu muita coisa que não sabia. Estou muito contente em ter participado desta oficina. Tenho certeza que isso vai me ajudar a ultrapassar várias barreiras”, disse a garota.

Segundo Raimundo Muniz, coordenador do Grupo Cem Modos e idealizador do Espalhando arte, partilhando sonhos, a intenção de fazer uma oficina de teatro para comunidade quilombolas de Santa Rita teve como objetivo promover o exercício das artes cênicas, buscando a integração e a socialização do ator aprendiz com o meio que lhe circunda, exercitando sua capacidade de interpretação por meio de exercícios lúdicos, envolvendo corpo, voz e imaginação criativa. “Abordamos neste trabalho aspectos sobre a história do teatro e seu desenvolvimento, buscando estimular o senso crítico do aluno por meio de referências históricas e contemporâneas”, explicou Raimundo Muniz.

 

Raimundo Muniz acrescentou que oficina que ocorreu dias 12, 13 e 19 de dezembro, também permeiou o universo pedagógico de alguns mestres do teatro, como o russo Constantin Stanislavski, e o brasileiro Augusto Boal, buscando apresentar diferentes perspectivas de artistas, exercícios práticos e conceitos teóricos, visando o desenvolvimento pessoal e coletivo dos educandos. Raimundo Muniz ressaltou ainda que a condução do trabalho proposto pelo grupo Cem Modos foi o de estimular a reflexão e contribuirá para o aprendizado do aluno, fornecendo-lhe subsídios para um maior entendimento de seu fazer teatral. “Queremos que eles busquem outras fontes de conhecimento e aperfeiçoamento.

Por isso estamos trabalhando também com elementos importantes para a vida, não só no teatro, como concentração, aceitação e o não preconceito”, disse o coordenador do grupo sem modos. No final da oficina de teatro todos os participantes receberão certificado.