Quando surgiu em 2012, a franquia Até que a sorte nos separe brincou com o enriquecimento da família de Tino Peixoto, interpretado por Leandro Hassum. Mas o grande mote da história sempre teve como foco o humor por trás do novo empobrecimento do personagem. Não seria diferente na terceira sequência, desta vez dirigida pela dupla Roberto Santucci e Marcelo Antunez.
Hassum volta a dar vida a Tino e para justificar o emagrecimento do humorista, que passou por uma cirurgia bariátrica e emagreceu 70kg, o filme já começa se aproximando da vida real colocando o protagonista em um concurso no Caldeirão do Huck, em que se perdesse mais peso do que o outro participante ganharia R$ 1 milhão. De novo, o longa se aproveitou da realidade e trouxe o apresentador André Marques como o concorrente, que venceu o desafio.
Se durante a competição Tino não se tornou milionário de novo, foi após ser atropelado por Tom, papel de Bruno Gissoni, enquanto tentava vender biscoito no sinal, que o personagem “ganhou na loteria”. O jovem é filho de Rique Barelli (Leonardo Franco), o homem mais rico do Brasil, e depois do acidente que deixou Tino em coma, resolveu ajudar a família Peixoto, formada por Jane (Camila Morgado) e os três filhos do casal, incluindo Tete (Júlia Dalávia), que acaba se apaixonando por Tom.
Quando Tino acorda, ele até tenta extorquir Tom, mas descobre pela mulher que o jovem está ajudando a família. Apesar de ele não aceitar o romance da filha com o riquinho, reconhece que é o único jeito dos Peixotos “enriquecerem”, que acontece oficialmente quando Rique oferece um emprego para Tino em sua empresa, que lida com o mercado de especulações.
A partir daí, começa a trajetória para o novo empobrecimento, pois cabe a Tino falir a empresa e, consequentemente, gerar um colapso na economia do Brasil, o que é uma sátira bastante clara do momento político atual.
O elenco é um dos grandes trunfos do filme. Leandro Hassum está bem afiado nas piadas e tem uma química sensacional com Camila Morgado, que também rouba a cena diversas vezes. É claro que a comédia tem seus momentos que não fazem o menor sentido com a trama (como quando Tino briga com um boneco dentro do carro), além do abuso do politicamente incorreto, que pode soar preconceituoso. Mas, em geral, é um longa que agrada e faz o espectador rir na maior parte dos momentos.