Dezembro chegou trazendo um alerta contra o câncer de pele. A sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) pelo segundo ano lança a campanha “Dezembro Laranja” para conscien-tizar a sociedade quanto à importância da prevenção do câncer e o cuidado com a pele, maior órgão do corpo humano.

A professora aposentada Terezinha Martins Pereira, 78 anos, relata que sempre tomou muito cuidado com a exposição ao sol, usando sempre chapéus, principalmente quando visitava os amigos. Atividade que preferia fazer caminhando e pegando sol. Como possui pele muito clara, os cuidados tomados pela aposentada não foram suficientes. Com anos acumulados de exposição ao sol, o resultado foi o aparecimento de algumas lesões cancerígenas.

“Fui professora durante trinta e cinco anos, às vezes ia andando para a escola. Mesmo usando acessórios como lenço ou chapéu, não teve jeito, sempre pegava algum solzinho. Hoje faço sempre o uso do protetor, pois sei a importância da proteção”, acrescentou.

Terezinha tem se cuidado e faz tratamento para remover as lesões. Esse câncer é mais comum do que se possa imaginar e possui vários tipos que podem ser tratados de formas diferentes.

“Existem aproximadamente uns duzentos tipos de câncer de pele e ele pode se apresentar de várias formas, umas mais agressivas, outras nem tanto. Os mais comuns, felizmente, não são os mais agressivos. Mas é importante que o paciente saiba a importância de se proteger contra o sol e fazer o uso do protetor solar, que é uma das melhores formas de fazer essa proteção”, orienta o médico especialista em dermatologia, Eduardo Lago.

A escolha do filtro deve ser feita especificamente para cada tipo de pele, as mais claras requer um filtro com fator mais elevado. Outro ponto que se deve levar em consideração na hora de comprar o protetor é se a pele é oleosa, seca ou mista, para que o produto possa atuar com eficiência. Somado a esses cuidados, é importante também fazer a auto-observação para detectar alterações da pele. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso no tratamento.

“Observar sempre o corpo e ficar atento a manchas e sinais que surgiram ou que apresentem algum tipo de alteração. Quanto mais cedo a lesão for identificada, mais chances o paciente tem de tratar e eliminar esse tumor”. Ele acrescenta ainda: “O cuidado com a pele é sempre um alerta, pois o câncer de pele pode matar. Existem formas bem agressivas que podem levar a metástases, onde as células cancerígenas caem na corrente sanguínea, disseminando o câncer para outros órgãos. Na maioria das vezes, o paciente procura o médico de forma muito tardia, por isso, a importância da conscientização com o Dezembro Laranja”, pontua o dermatologista.

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) estima que em 2016 haverá cerca de 175 mil novos casos de câncer da pele não melanoma no Brasil. Os principais tipos que ocorrerão no país serão, por ordem de incidência, os de pele não melanoma (para ambos os sexos), o de próstata e o de mama. Entre os homens, são esperados 295.200 novos casos de câncer e, entre as mulheres, 300.870. Excluindo-se o câncer de pele não melanoma (175.760 casos previstos, que correspondem a 29% do total estimado), esses números caem, respectivamente para 214.350 e 205.9960.