CINE PRAIA GRANDE

Affonso Beato apresenta seus trabalhos para o público maranhense

O diretor apresentará dois de seus grandes trabalhos, Água Negra, de Walter Salles, e Carne Trêmula, de Pedro Almodóvar, em sessões a par­tir das 20h30 e 19h

Reprodução
O diretor de fotografia Affon­so Beato estará hoje e ama­nhã, no Cine Praia Grande, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, apresentando dois de seus grandes trabalhos, Água Negra, de Walter Salles, e Carne Trêmula, de Pedro Almodóvar, em sessões a par­tir das 20h30 e 19h, respectivamente, seguidas por debate com o público e com entrada gratuita.
Affonso Beato tem trabalho interna­cional reconhecido, trabalhando como colaborador de Pedro Almodóvar em Tudo sobre minha mãe, e Mike Newell em O amor nos tempos do cólera”.
O fotógrafo carioca é considerado um dos mais importantes diretores de fotografia do país. Beato se envolveu com cinema cedo, quando começou a trabalhar com Cacá Diegues, Gustavo Dahl, Júlio Bressane e Arnaldo Jabor. O reconhecimento mundial veio com O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha, vencedor do prêmio de Melhor Dire­ção, no Festival de Cannes.
Beato falará para o público mara­nhense sobre a coerência no discurso da imagem e o rigor com o desenho e a unidade visual foram elementos que ele sempre apontou como essen­ciais ao longo da produção cinema­tográfica. Para Beato, a produção de cinema é algo coletivo; e o ofício do diretor de fotografia não é como um processo criativo autônomo, mas algo em função de um argumento. Para ele, é muito mais que fazer um elemen­to se sobressair em função de outros, mas a unidade daquele produto que é muito mais importante. Beato fala­rá também sobre o cinema enquanto arte e enquanto resultado, e processo.
Durante a masterclass, ele contará a sua experiência nos filmes Carne Trêmula e Água Negra, produções em que trabalhou e pôde comentar sobre o processo de filmagem para que o público em seguida partici­pe, propondo perguntas e questio­namentos ao diretor.
Para quem não sabe, o fotógrafo também tem trabalhos reconheci­dos na televisão. Um exemplo foi o convite feito pelo diretor Jayme Mon­jardim para encontrar o visual ade­quado da minissérie Maysa, da Rede Globo, que retratava a biografia da cantora celebrizada como a musa da fossa. O projeto de Monjardim, que é filho de Maysa (1936-1977), mar­cou a estreia de Beato na TV.
 
Sobre o diretor de fotografia
Affonso Beato vive nos EUA desde 1970, com incursões por Hollywood em produções como The big easy – O acerto de contas” (1987) ou o recente Noites de tormenta (2008), com Richard Gere.
Diretor de um documentário iné­dito no circuito comercial brasileiro, Quando desperta o povo, rodado no Chile antes da deposição do presidente Salvador Allende pelos militares, em 1973 – “Quando o golpe veio, ele foi comprado por TVs do mundo inteiro”, lembrou -, Beato já colaborou com os mais importantes cineastas brasilei­ros. Passou por Júlio Bressane Cara a cara, Gustavo Dahl O bravo guerreiro, Cacá Diegues Deus é brasileiro e Walter Salles Água negra. Estreou profissio­nalmente em 1965, com o curta-me­tragem O circo, de Arnaldo Jabor, cujo longa de estreia, Pindorama (1970), ele também fotografou. Isso além de ou­tro clássico que em 2009 vira quaren­tão: Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade. Carioca de 1941, estudou na Escola Nacional de Be­las Artes e há mais de 30 anos se divide entre o Brasil e os EUA. Foi presidente da Associação Brasilei­ra de Cinematografia entre 2004 e 2005 e foi aceito como membro da American Society of Cinematogra­phers, sendo o primeiro brasileiro a assinar as iniciais ASC.
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