Taís Araújo respondeu neste domingo, 1º, aos racistas que promovem ataque coletivo à sua página do Facebook desde o fim da semana passada. Pela mesma rede social, a atriz escreveu uma nota garantindo que todos comentários ofensivos feitos em suas fotos e postagens foram registrados e enviados à Polícia Federal. No Brasil, crimes de racismo como os de que a artista foi vítima são inafiançáveis e podem ser punidos com 1 a 5 anos de prisão.
“Não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena nesse país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito”, escreveu a veterana da TV. Aos 36 anos e com 20 anos de profissão, ela foi a primeira mulher negra a protagonizar uma novela na TV brasileira (Xica da Silva, 1995) e na Rede Globo (Da cor do pecado, 2004), além de ter dado vida à primeira personagem principal negra no horário das 21h (Viver a vida, 2010).
Ainda no post, Taís contou que ficou sabendo dos ataques quando estava no teatro, trabalhando em uma peça inspirada na vida de Martin Luther King, um dos maiores ícones do movimento negro. “Um texto (…) que fala justamente sobre afeto, tolerância e igualdade. Aproveito pra convidar você, pequeno covarde, a ver e ouvir o que temos a dizer. Acho que você está mesmo precisando ouvir algumas coisinhas sobre amor”, provocou.
Desde a última sexta-feira, usuários de Facebook — na maioria anônimos, escondidos por contas falsas — deixaram comentários em atualizações na página da carioca, dentre os quais os mais leves são “já voltou pra senzala?”, “cabelo de esfregão” e “entrou na Globo pelas cotas”.
Taís pretende aproveitar a repercussão do caso para dar visibilidade à necessidade de que o racismo seja discutido e denunciado. “Quero que esse episódio sirva de exemplo: sempre que você encontrar qualquer forma de discriminação, denuncie. Não se cale, mostre que você não tem vergonha de ser o que é e continue incomodando os covardes. Só assim vamos construir um Brasil mais civilizado”.