Já se aproximando da reta final a décima edição da Semana de Teatro no Maranhão mostra que veio para ficar. No ano que comemora 10 anos de realização o evento, já no calendário cultural do estado, aguardado pela classe artística de teatro e do público amante das artes cênicas, traz em seu conteúdo apresentações de espetáculos, performances e intervenções, oficinas e mesas de debate abordando o tema teatro, na busca de fomentar uma politica cultural que desenvolva a cultura maranhense e o fazer teatral.
A programação desta sexta-feira começa pela manhã com duas oficinas que acontecem em salas do teatro Arthur Azevedo, no horário das 8h30 às 12h, Ayiê-Conexão Corpo e Raiz, ministrada pela professora maranhense Tieta Macau, na Sala do Coro e Leitura Dramática, com o ator maranhense Cláudio Marconcine, no Salão Versátil, encerram atividades nessa edição da Semana de Teatro. No período da tarde, das 13h30 às 17h outras duas oficinas acontecem nos espaços do Arthur Azevedo: Maquiagem Teatral: o rosto em metamorfose, com a professora carioca Irla Carina, no Camarim 09 e Técnica de Humor, com a paulista Teófila Lima, no Salão Versátil.
Espetáculos
O espetáculo infantil A Aventura do Lobo, com elenco da Companhia Artífice-Mor (MA) abre a programação de espetáculos do dia, às 16h, no palco do Teatro Arthur Azevedo. Dirigido a alunos de escolas públicas, mas aberto ao público em geral, tem o texto inspirado no conto Quando o lobo tem fome, de Christine Naumann-Villemin, usa recursos como a rima, o cordel estilizado e a musicalidade, onde a dramaturgia sugere jogos de dar e tomar entre os personagens e exige muitas dramaturgias corporais através de suas rubricas, sempre em busca do risível. Dirigido por Necylia Monteiro será apresentado pelos atores Alysson Ericeira, Arison Robert, Carla Purcina, Epa Sidra, Nanda de Oliveira e Tiago Andrade.
A Praça Nauro Machado será palco para apresentação às 17h, da performance O que tens a me dizer sobre o amor? com o grupo de teatro maranhense Cia do Imaginário. A performance pode ser compreendida como um convite à escuta. Neste sentido, a rua se apresenta como cenário perfeito para abrigar este tipo de encontro, onde a performer se propõe a ouvir histórias de amor de quem estiver disposto a falar. A ação vai sendo construída a partir da cumplicidade que se estabelece no momento que a conversa se inicia. Cada narrativa pessoal – falas, olhares e silêncios – será registrada por escrito por ser entendida como potência afetiva e poética, transformando a rua numa paisagem do acolhimento.
Ainda na Nauro Machado, às 18h, o elenco do grupo de teatro maranhense Cena Aberta, apresenta o espetáculo Negro Cosme. O espetáculo tem texto do dramaturgo maranhense Igor Nascimento, direção de Luiz Pazzini, compõe-se de três estações-movimentos: A Invasão da Cadeia da Vila da Manga de Iguará (atual cidade de Nina Rodrigues); A derrota da Balaiada em Caxias-MA (1841) por Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, e O enforcamento de Negro Cosme, em Itapecuru Mirim (1842). No elenco os atores Tiago Pinheiro, João Victor Pereira, Rafael Botão Neto, Necylia Monteiro, Andressa Passos e Renato Guterres.
Quando o amor é assim e não assado, é o espetáculo que será apresentado pelo grupo Humanitas de Teatro (MA), no palco do Teatro Alcione Nazaré, às 19h. Com direção de Luciano Brandão, o texto conta de uma forma doce, intensa e divertida a história de um adolescente que se descobre gay. Todas as questões que envolvem, os sentimentos contraditórios, o preconceito, o medo, a família, a escola. Fala sobre isso tudo sem julgamento de valor, sem dizer o que é certo ou errado, mas esclarecendo, humanizando e cutucando com emoção e delicadeza essa ferida da nossa sociedade. No elenco Francisco Marques Jr, Vitorino Neto, Cairo Silva e Iarla Sousa.
No Teatro Arthur Azevedo, às 20h30, o público assiste Eles e Nós, com interpretação da atriz Nilce Braga, do grupo de teatro maranhense Nhá Caboca, que também dirige o espetáculo. O espetáculo é um inquietante e delicado convite a sair temporariamente da rotina, da zona de conforto, dos pensamentos e tarefas cotidianas, é um convite a um olhar crítico a nossas vidas de um ponto de vista amável e otimista, é um convite a resgatar a força interior e a sensibilidade que por diversos motivos são esquecidos ao ritmo da vida contemporânea.