INADIMPLÊNCIA

Mais de 60 mil devedores com nome sujo em São Luís

Mesmo com a crise instalada no país, as pessoas não abrem mão de realizar as compras do Natal

10/10/2015. Crédito: Karlos Geromy/OIMP/D.A Press. Brasil. São Luís - MA. Movimentação de última hora para as compras do Dia das Criança, na Rua Grande.
Mais de 60 mil pessoas encontram-se com o nome negativado na capital. O não pagamento das dívidas seria o principal motivo de grande parte da população ter ficado com restrições para crédito. De acordo com o diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL), José Terceiro Fontinele Filho, a inadimplência em São Luís está crescente em relação ao mesmo período do ano passado. No mês de outubro, o índice de inadimplência chegou a 6,36%, enquanto em outubro de 2014 foi de 5,2%. O número é positivo, comparado ao número nacional que é 7%. São Luís está abaixo da média nacional.
José Terceiro afirmou que um dos motivos que levaram muitos consumidores a perderem o crédito é o reflexo da vigente economia. Com isso, o comércio está sendo plenamente afetado por fatores como descontrole econômico, inflação, taxas de juros elevados e o desemprego, que consequentemente prejudicam o consumidor. “A inadimplência está crescente em todo o país. A crise política e econômica atingiu a todos, o ano não foi bom para ninguém. Além dos inadimplentes, há também os endividados. O índice de endividamento está em torno de 62% a 72%”, explicou Terceiro.
Perspectivas da volta ao crédito anima lojistas
Mesmo com todo este cenário negativo, o diretor do CDL afirmou que as pesquisas apontam que 74% dos consumidores têm a intenção de quitar as dívidas e obter de volta o crédito para realizar as tradicionais compras de fim de ano. Afinal, é época de festividades e de comprar presentes. Só em outubro, 24.474 consumidores conseguiram retirar seus nomes que estavam negativados.
Mesmo com a crise instalada no país, as pessoas não abrem mão de realizar as compras do Natal. A auxiliar de serviços gerais Marina Alves contou que passou um ano desempregada e por esse motivo seu nome foi negativado. Ela agora espera pelo 13º para quitar a dívida que atualmente chega a R$ 1.000,00 e voltar a ter seu nome limpo. “Estou trabalhando há 10 meses. Espero que o valor que eu receba do meu 13º dê para eu quitar minha dívida. Assim que estiver com o dinheiro em mãos, vou procurar a empresa e tentar negociar”, falou.
Segundo o diretor da CDL, a situação é preocupante, porém o conselho para o momento é que os consumidores façam como Marina Alves, busque por negociações para quitar suas dívidas. Aqueles que estão com crédito procurem realizar um planejamento minucioso e manter o controle do seu orçamento pessoal. Ele ainda destaca que os consumidores não devem esquecer que nos meses de janeiro e fevereiro vêm outras contas a pagar como IPTU, IPVA, matrículas, materiais escolares, entre outros. Por isso, a importância do planejamento antes de sair para as compras. “Os consumidores devem evitar dívidas futuras que de repente não possam pagar. Pois não há uma medida real de mudança do atual cenário econômico a curto prazo”, finalizou.
Dicas para limpar o nome
Descubra que loja ou instituição colocou seu nome na lista de maus pagadores. O SPC, o Serasa e os cartórios de protesto devem fornecer essa informação de graça;
Negocie com o banco ou loja que você deve e quite a dívida. Não tem jeito o nome só ficará limpo com a conta paga. Mas dá para tentar uma redução no valor, descontando taxas como juros e multas;
Não se esqueça de guardar o comprovante do pagamento. E confira se ele está com o valor correto que foi pago, incluindo os juros e multas;
Limpe o nome no banco e no cartório. Isso é para quem ficou com o nome sujo por conta de cheque devolvido ou título protestado. Nesse caso, o banco ou o cartório poderão cobrar uma taxa;
Confira se seu nome saiu do SPC e do Serasa. Os próprios bancos, lojas e cartórios são obrigados a tirar o nome da lista após o pagamento da dívida. E o prazo para isso acontecer é de cinco dias úteis.
VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias