Em dezembro entram em cartaz três filmes do cineasta Murilo Salles em cinemas de todo o Brasil. Estrelada por Pedro Brício e Marco Ricca, a ficção que aborda as relações entre política, imprensa, corrupção e poder em Brasília, O Fim e os Meios; e os documentários sobre personagens singulares e marginais da indústria cultural brasileira, Aprendi a Jogar com Você e Passarinho Lá de Nova Iorque que, estreando juntos, vão proporcionar uma interação criativa de três reflexões sobre o Brasil.
O filme O Fim e os Meios estreia dia 3 de dezembro (quinta-feira), no Cinépolis (São Luís Shopping), e o Passarinho lá de Nova Iorque, dia 10, no Cine Praia Grande. Este último tem uma ligação afetiva com o cinema maranhense: o personagem-tema é o diretor Cícero Filho, de Ai que Vida!, filme de sucesso no circuito nordestino. Apesar de retratos singulares, os filmes se comunicam, interagindo e fazendo conexões um com o outro, proporcionando uma rica sinergia onde quem sai ganhando é o espectador.
O que une o cineasta Cícero Filho, personagem de Passarinho Lá de Nova Iorque, ao DJ Duda de Aprendi a Jogar com Você e a Paulo Henrique, publicitário de O Fim e os Meios? São personagens que buscam afirmação social e profissional, mas as dificuldades no dia a dia dessa jornada e da realidade social e política brasileira acabam por levá-los, cada um a seu modo, a entrar em crise com a realidade que os cerca.
Documentário
Quando esteve em São Luís no início do ano para lançar os três filmes no Festival Maranhão na Tela, Murilo reencontrou Cícero Filho. Murilo Salles levou a história de Cícero Filho para a tela grande no documentário Passarinho lá de Nova Iorque depois de se encantar com o jovem realizador, durante pesquisa para outro trabalho. O filme registra o esforço do cineasta Cícero Filho em refilmar cenas de Flor de Abril. “A minha história com o Cícero tem um componente de casualidade que eu acho muito legal. Na verdade, eu conheci o Cícero por causa de uma música que ele fez para o filme dele Ai que vida!. Ela estava sendo trabalhada por um DJ, o Duda. Eu fiz um filme anterior a esse que se chama Aprendi a Jogar com você, e a mulher do Duda, a Milka Reis, que é cantora, estava trabalhando essa música, Ai que Vida. Ficamos muito curiosos pela música e quisemos conhecer o autor. Vimos que era um cineasta que tinha feito essa música para um filme. Eu me lembro bem que o meu primeiro contato com ele foi aqui no Rio de Janeiro quando ele estava finalizando o Flor de Abril, e houve logo uma empatia muito forte pela alegria do Cícero, pela felicidade com que ele faz o cinema dele, com a alegria de vida, pelo jeito muito especial que ele vai envolvendo todo mundo no fazer cinematográfico dele. O filme é sobre uma refilmagem que ele estava fazendo para terminar o filme dele e toda a dificuldade que ele teve”, contou o cineasta.
Murilo Salles afirma ter trabalhado nas três produções ao mesmo tempo no ano passado. Duda e Milka basearam o filme Aprendi a jogar com você, e foi através do Duda que o cineasta conheceu Cícero, que fez surgir o Passarinho lá de Nova Iorque.
“Os filmes ficaram prontos ano passado e culminou com a finalização do meu longa de ficção, O Fim e Os Meios. Esses três filmes representam os últimos sete anos da minha vida”, atestou.