Cadê o Waldir?

Quem viu a eleição do deputado Eduardo Cunha para presidente da Câmara e ao vê-lo agora cercado por batalhões de jornalistas, ou sendo apupado no plenário pelos próprios colegas que o elegeram, dá para concluir que a política é como uma máquina de xerém. Primeiro tira a casca do grão para depois transformá-lo em farelos. Eduardo Cunha está numa situação […]

Quem viu a eleição do deputado Eduardo Cunha para presidente da Câmara e ao vê-lo agora cercado por batalhões de jornalistas, ou sendo apupado no plenário pelos próprios colegas que o elegeram, dá para concluir que a política é como uma máquina de xerém. Primeiro tira a casca do grão para depois transformá-lo em farelos. Eduardo Cunha está numa situação tão periclitante que até o ministro Marco Aurélio, do STF, acha prudente ele tomar uma atitude de grandeza, renunciando ao cargo ou mesmo o mandato.
Em meio ao tsunami que arrasta Cunha rumo ao despejo do cargo, o vice-presidente Waldir Maranhão só é visto na propaganda institucional do PP, convidando a população a se filiar ao partido que preside no estado, e “sonhar que um Maranhão é possível”. Sobre o inferno vivido pelo amigo que o colocou na chapa, nenhuma palavra nem de protesto contra os que querem defenestrar Cunha, nem a favor da renúncia, o que lhe abriria a chance de ocupar o posto. Mas, estranhamente, Waldir não se manifesta. Nem para conspirar nem para apoiar.
Enquanto isso, a Câmara terminou a semana com o plenário virando as costas para seu presidente, enquanto a pressão pela renúncia fica cada dia insustentável. Até quem não tem mandato eletivo dá palpite. Por exemplo, o ator Antônio Fagundes, um dos nomes mais importantes do teatro brasileiro, se disse, em entrevista ao jornalista Alex Solnik, estarrecido com o atual quadro político. Em relação a eventual impeachment, ele prega cautela e acha uma coisa muito forte que “a gente não deveria vulgarizar essa figura”.
E sobre Eduardo Cunha? Fagundes o compara a Ricardo III, pela falta absoluta de grandiosidade. “Você vê de repente a oposição namorando esse cara! O governo namorando com esse cara! E quem está pedalando agora é ele”. E conclui que a “a m… toda começou com o PMDB”. Seja como for, o vice-presidente Waldir Maranhão não parece interessado nessa discussão, muito menos no cargo que, caso venha a ocupar, o tornará o segundo homem na sucessão da Presidência da República pelo menos temporariamente. E também alvo dos que conhecem suas encrencas na Justiça.
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