Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press.
A exposição faz parte do 'Projeto Mãos à Obra' proporciona apreciação tátil a população em geral e ao público com deficiência visual
Cores, relevos e sensações, são o cenário que configura a exposição da artista maranhense visual e tátil Graça Soares. O trabalho desenvolvido em 19 telas é voltado principalmente para os deficientes visuais, proporcionando uma interação maior desse público com a arte.
A exposição faz parte do ‘Projeto Mãos à Obra’ que proporciona apreciação tátil e possibilidades da produção de trabalhos artísticos com materiais diversos inseridos numa concepção ambientalista. A mostra é destinada ao público com deficiência e comunidade em geral. “O cego não tem oportunidade de consumir, vivenciar e apreciar arte“, ressalta a artista.
O trabalho da artista começou nos anos 90, quando ela ainda estava concluindo sua formação. Após uma experiência com crianças, ela sentiu a necessidade de realizar trabalhos também para esse público. “Após um projeto com colagens de fibra na tela com crianças em uma comunidade na região de Paço de Lumiar, nasceu a minha primeira exposição. Senti a necessidade de explorar esse lado”, expressou Graça Soares.
Os trabalhos da artista são sempre confeccionados com materiais reciclados como pedaços de tecidos, e lonas para automóveis, por exemplo, tendo seu trabalho sempre voltado para sustentabilidade. “As lonas que cobrem mantimentos são descartadas, vão para o lixo e eu recolho. Eu refaço, costuro e crio”, explica Graça.
A exposição fica disponível para visitação até dia 18 de dezembro, das 8h30 às 17h, exceto sábado, domingo e feriado, na Galeria de Arte do Sesc Administração. As visitas mediadas podem ser agendadas pelo (98) 3216-3830.
A artista
Graça Soares, arte educadora, artista visual e tátil, fundadora da ONG “Arte Mojó”, ambientalista em preservação das fibras nativas, no povoado de Mojó em Paço do Lumiar/MA.
Pesquisadora independente de alternativas sustentáveis para o meio ambiente, a arte e o artesanato, desenvolve em seu Ateliê “Natural Arte” no Cohafuma – São Luís-MA, peças artísticas decorativas e utilitárias em fibra de Ciclo Temporário (bananeira, quiabeiro, vinagreira) e materiais expressivos como saco de cimento e capas de sombrinhas.
Participou da edição de 2005 do Projeto Mãos a Obra do Sesc com a Exposição coletiva: “Fenda – dança com os espíritos”, com Urias de Oliveira. Da edição de 2009, com a Exposição individual (“Fenda”) com telas e painéis táteis. Ministrou oficinas de artes visuais com materiais expressivos e musicalização com instrumentos alternativos com pessoas com deficiência auditiva, motora e intelectual.