700 PÁGINAS

Antônio Guimarães lança obra sobre fatos históricos do Maranhão

Livro Pregoeiros & Casarões revela imagens e fatos históricos de 1950 até 1979

Fotos
Difícil não perceber o prazer com que o professor e pesquisador Antonio Guimarães Oliveira folheia e explica cada uma das imagens do livro Pregoeiros & Casarões. O livro de 700 páginas e 2.330 fotos mostra a São Luís de 1950 até 1979 por meio de imagens e textos.
“Meu objetivo é mostrar como era a cidade. E como ela está agora. Por exemplo, muitos prédios hoje nem existem mais e os que estão sendo reformados não obedecem a arquitetura original. É um livro que traça um perfil social e econômico de São Luís”, afirma o professor.
O registro iconográfico da nossa história através do tempo é reconstituído de forma leve e objetiva. Um presente aos olhos daqueles que sentem necessidade de conhecer de perto a riqueza de nosso povo e a maneira que nossa história foi construída, indispensável e rico, é um trabalho encantador que nos engrandece e nos enche de orgulho, da nossa história e, sobretudo de nosso povo que arduamente a construiu.
O livro é um verdadeiro registro iconográfico e mostra pregoeiros de São Luís, a exemplo de vendedores de frutas, caranguejos; vendedores, camelôs, políticos, também fatos históricos como eleições, greves; prédios, sobrados, estádios, enfim… um apanhado de tudo que foi relevante para a história de São Luís.
A obra foi lançada na Feira do Livro de São Luís 2015, fará parte do acervo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos e compõe o terceiro de uma série de 6 livros que serão publicados, além de Ruas e Becos de São Luís e São Luís Cotidiano. Ambos mostram a São Luís do final do século 19 até 1945. “Tem ainda três a serem lançados, o próximo é Sobrados”, afirma o escritor.
Ele já lançou também os livros São Luís: memória e tempo, que foi sucesso de venda na Feira do Livro de São Luís em 2012 e do Álbum do Maranhão em 1908, maior acervo iconográfico de imagens antigas do Maranhão.
O autor vem dedicando-se, há vários anos, à pesquisa e coleção de cartões postais históricos e fotografias de época, sobre a cidade de São Luís e seus habitantes. A cada livro ele dedica pelo menos dois anos de pesquisa em jornais e periódicos da cidade, a exemplo de O Imparcial e na Associação dos Cartofílicos do Brasil, com sede no Rio de Janeiro, do qual é tesoureiro.
“Lá tem todos os tipos de colecionadores que você pode imaginar. Tem o pesquisador e fotógrafo argentino Marcelo Noeb que tem mais de 10 mil registros somente de bondes de São Luís. Então, muita coisa peguei de lá. Tem foto histórica de Moacir Neves, maior empresário do ramo hoteleiro, mas que antes foi vendedor e estivador; tem o senador Chateaubriand tomando café em um bar na Rua Grande… desafiado por Franquistas”, diz.
São Luís, patrimônio histórico da humanidade é uma cidade fácil de ser entendida, tomando como referência as ruas, avenidas e largos. Composta por um conjunto harmônico de casarões, igrejas, catedrais, becos, travessas, palácios, palacetes, forma um complexo arquitetônico único. Seus personagens retratados ao longo do livro, como: Borges do Jornal O Imparcial, cortando o cabelo, quando passou no vestibular; Os bondes nas ruas de São Luís; Os primeiros automóveis da elite ludovicense, os antigos cabarés das várias madames, os casarões e bangalôs existente em nossa cidade. Jogadores, políticos, atletas, homens públicos e o mais importante o homem simples (pregoeiros), vendendo produtos diversos nas ruas antigas de São Luís.
“Entendo que comprar, vender faz parte de nosso caminhar. E fazemos isso a todo instante a barganhar com a vida e a morte – na infância, quando adulto e quando senil, a fim de sobrevivermos. Sentimos vontade de registrar as nossas necessidades (abundância e escassez). E como São Luís foi e é palco farto, procurei documentá-las com realismo. É como se eu tratasse de uma estação e os passageiros… Ouçam, portando gritos de pregoeiros vendendo diversidades – bugigangas, ideais, subindo e descendo as ladeiras, ladeadas por sobrados e casarões desta amada São Luís que tão bem me acolheu”, convida o pesquisador.
O livro está à venda com o próprio autor ou na agência bancária dentro do Fórum Desembargador Sarney Costa (Calhau) e na Livraria Vozes.
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