A Venezuela nunca foi tão respeitada pela Seleção Brasileira quanto nesta segunda rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo. Pressionado pela derrota por 2 a 0 para o Chile na estreia – que se somou ao fracasso na Copa América e à humilhação do Mundial passado –, o time de Dunga passou a adotar extrema cautela com o compromisso das 22 horas (de Brasília) desta terça-feira, no Castelão.
“A evolução da Venezuela não é de agora, mas de dez anos. O futebol não é mais amador lá. Eles têm dez, 15 jogadores na Europa, atuando em grandes times”, elogiou Dunga, ciente de que as últimas exibições oficiais da Seleção em solo brasileiro, em 2014, também colaboram com os seus problemas. “A conta não é nossa, mas estamos aqui e temos que pagar. Quando os resultados não vêm, é normal que a cobrança aconteça. Não é fácil reverter, mas também não é impossível, até pela qualidade que temos.”
O treinador é comedido ao falar da Venezuela por experiência própria. A única derrota brasileira para a rival antes tida como frágil foi com ele no comando, em junho de 2008, em um amistoso: 2 a 0. Na Copa América deste ano, Dunga também sofreu para poder comemorar uma vitória por 2 a 1 diante dos venezuelanos.
Na maioria dos confrontos, no entanto, a Seleção Brasileira superou a Venezuela com facilidade. Foram 19 triunfos ao todo, a maioria deles por goleada. Hoje, no entanto, o meia Willian diz se satisfazer com uma vitória por apenas 1 a 0 nas Eliminatórias. “O que importa são os três pontos”, avisou.
Willian deverá ganhar uma nova companhia no meio-campo do Brasil contra a Venezuela. Nos últimos dias, Dunga testou a entrada de Lucas Lima no lugar de Oscar, também do inglês Chelsea, que foi muito mal diante do Chile. Outra provável novidade será o lateral esquerdo Filipe Luís como substituto de Marcelo. Já o zagueiro Marquinhos herdou a vaga do lesionado David Luiz.
Do lado de fora do gramado, a Seleção espera ganhar um reforço. Os atletas contam com a torcida nordestina, tradicionalmente mais paciente, para reverter as adversidades que possam vir a enfrentar no decorrer da partida. “Quem comparecer vai ver um time brigando desde o começo”, prometeu o volante Luiz Gustavo, para quem a determinação é a receita contra eventuais vaias.
Pela Venezuela, os sinais de desequilíbrio brasileiro se tornaram justamente a principal arma do técnico Noel Sanvicente, que vem de derrota por 1 a 0 para o Paraguai na primeira rodada. “Já viramos a página do jogo anterior. Enfrentaremos um grande rival, que todos conhecem, mas qualquer coisa pode acontecer no futebol, ainda mais quando se trabalha bem”, confiou.
Sem muitas opções, Sanvicente manterá a base utilizada diante dos paraguaios. A única alteração poderá ser o lateral-esquerdo Fernando Amorebieta, que dá sinais de estar recuperado de dores musculares na coxa esquerda, no posto de Gabriel Cíchero.
BRASIL X VENEZUELA
BRASIL: Jefferson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Elias, Willian, Lucas Lima e Douglas Costa; Hulk. Técnico: Dunga
VENEZUELA: Alain Baroja; Roberto Rosales, Oswaldo Vizcarrondo, Franklin Lucena e Fernando Amorebieta (Gabriel Cíchero); Jeffren Suárez, Tomás Rincón, Luis Seijas e César González; José Rondón e Juan Falcón. Técnico: Noel Sanvicente
Local: Estádio Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: 13 de outubro de 2015, terça-feira
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Darío Ubriaco (Uruguai)
Assistentes: Carlos Pastorino e Nicolás Taran (ambos do Uruguai)