Formula 1

Mercedes confirma título de construtores na Rússia

Lewis triunfa na Rússia, mantendo sequência de vitórias enquanto Rosberg perde a vice-liderança para Vettel e vê a luz vermelha se acender para sua carreira.

GP RUSSIA F1/2015 - 11/10/15  © FOTO STUDIO COLOMBO PER PIRELLI MEDIA (© COPYRIGHT FREE)
Descrever mais esta vitória de Lewis Hamilton seria chover no molhado. O inglês continua sobrando e desapareceu da transmissão logo no início, reaparecendo apenas quando algum acidente forçava a entrada do safety car. O que realmente chama a atenção é que a aposta que a Ferrari vem fazendo no continuo desmoronamento de Nico Rosberg.
Se é verdade que foi um problema no acelerador que fez com que ele abandonasse a prova e perdesse o segundo posto na tabela para Sebastian Vettel, fato é que ele ficou exposto a este risco justamente por não conseguir impor um desafio minimamente consistente ao seu companheiro de equipe. Nico parece totalmente perdido, tendo de assimilar definitivamente o fato de que ele não é um piloto de ponta. Depois de toda uma carreira de auto engano, batendo pilotos ainda piores numa Williams decadente e se dando bem sobre um Schumacher que voltava da aposentadoria. Tenho pra mim que o heptacampeão estava recuperando o ritmo e estava para desmascarar Nico quando resolveu se aposentar novamente.
Rosberg recebeu a chance que Rubens Barrichello sempre pediu, a de ter a liberdade de lutar pelo título quando a sua equipe tinha equipamento flagrantemente superior ao resto do pelotão, por duas vezes. Agora, até ele já entendeu o seu lugar na cadeia alimentar da Formula 1, e vai precisar decidir se ainda vale a pena continuar na categoria. Diferentemente do brasileiro que estabeleceu o recorde de participações em GPs agarrado à dúvida, Nico já sabe que tem o melhor carro da categoria e simplesmente não tem a soma de talento e condições técnicas necessárias para ser campeão.
Para a Mercedes fica tudo bem. A equipe, que acabou de confirmar a conquista do mundial de construtores, mantem a imagem bacana de quem deu de fato chances iguais para seus dois pilotos disputarem o título mais de uma vez e, na prática, conta com uma dupla hierarquizada pelos resultados que cada um consegue entregar, comprovadamente o melhor arranjo para garantir mais conquistas. Considerando o crescimento da Ferrari, que pode chegar no ano que vem em condições de lutar por vitórias com mais frequência, vai ser muito difícil criticar a equipe se ela resolver colocar de cara todas as suas fichas em Hamilton, depois de ela ter sido tão bacana com Nico esse tempo todo.
Vettel, enquanto isso, tem tudo para fechar o ano por cima da carne seca. Mesmo que Rosberg consiga recuperar o segundo posto na pontuação, o jovem tetracampeão registra em 2015 uma temporada muito acima das expectativas. Competitivo, calou a boca de muita gente que colocava seus títulos na conta dos projetos de Adrian Newey (quem vos escreve, inclusive), com destaque para seu desafeto Fernando Alonso, que substituiu com louvor na Ferrari, equipe que vem liderando em sua volta por cima depois de um 2014 abaixo da crítica. Os italianos não caíram na miragem de tentar tirar um coelho da cartola para lutar contra Hamilton com tão poucas chances já este ano. Parecem ter tido a rara maturidade de mirar na próxima temporada e pode ser que tenhamos em 2016 o grande tira-teima entre os dois pilotos mais bem sucedidos da atual geração.
Colisão finlandesa
Apesar de a largada ter sido marcada pelo choque entre Hulkenberg e Ericsson, foi outro o acidente que marcou esta edição do GP da Rússia. A disputa entre Kimi Raikonen e Valtteri Bottas, que terminou mal para os dois enquanto movimentava as últimas voltas, (https://www.youtube.com/watch?v=PCef4sguOw4) é apenas mais um dos acidentes de corrida que lembram o polêmico choque entre Senna e Prost em 1989 no Japão. Como sempre, a imprensa parece ter decidido que o culpado foi quem jogou o carro por dentro na tentativa de ultrapassagem, no caso Kimi. Senna fez o mesmo em 89, mas os mesmos que hoje culpam Raikonen, insistem na culpa de Prost. Pra mim, foi apenas um acidente de corrida, como o de 89. Bottas acabou fora dos pontos e o piloto da Ferrari cairia para sétimo com uma punição a meu ver desnecessária.
 
 
 
 
 
 
 
 
 Antes disso, Kimi vinha fazendo uma boa prova. Combativo, chegara a ultrapassar Vettel e andar em terceiro. Não acho que Raikonen esteja em decadência ainda. A concorrência é que melhorou muito. A geração dele e de Alonso acabou, por diversas razões, sustada por esta de Vettel e Hamilton. O choque entre os finlandeses permitiu a aproximação de Felipe Massa, que disputa com eles a quarta posição na pontuação e fez uma boa prova de recuperação em Sochi.
Quem também apareceu bem na Rússia foi Felipe Nasr. O outro brasileiro apostou numa estratégia clássica da Sauber, de retardar ao máximo a parada obrigatória. Chegou a constar na segunda posição e conseguiu voltar para a zona dos pontos. Nasr estava em oitavo quando, beneficiado pelo incidente finlandês, foi catapultado para o sexto posto. Com 25 pontos, ele está a 8 de Max Verstappen, que é a grande revelação do ano. Com carro bem inferior, é uma diferença difícil de tirar. Um objetivo mais crível seria manter a vantagem de três pontos que colocou sobre o imprevisível Pastor Maldonado, cuja equipe está em processo de venda, apenas cumprindo tabela e andando abaixo do que poderia com o equipamento que tem.
Fechando a conta, Sergio Perez parece ter feito a sua grande prova anual. Largando em sétimo e completando o pódio em terceiro. O mexicano vem fazendo uma temporada mais consistente do que se costuma reconhecer, completando 14 das 15 provas até agora, sendo nove vezes nos pontos. Seu festejado companheiro de equipe, atual campeão das 24Horas de “Le” Mans, faz um ano irregular e segue 16 pontos atrás na tabela. Com as duas próximas etapas nos EUA (no ex estado mexicano do Texas) e no lamentavelmente descaracterizado autódromo Hermanos Rodriguez, recebendo o retorno do GP do México depois de longa ausência, vai ser interessante acompanhar Perez correndo diante de sua torcida.
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