Quando o Brasil ainda estava de ressaca com a perda da Copa do Mundo em um Maracanã lotado perante o Uruguai em 1950, São Luís vivia a expectativa de ganhar mais uma praça esportiva que viria a fazer parte da história futebolística de gerações de maranhenses. Essa semana, o Estádio Nhozinho Santos completa 65 anos, mas sem muito para comemorar.
O nome é uma homenagem ao pioneiro do futebol no Maranhão e grande responsável pela disseminação do esporte no início do século XX. Pertencente, desde o início, à Prefeitura de São Luís, sua inauguração foi no dia 1º de outubro de 1950 com um duelo entre Sampaio Corrêa e Paysandu, que terminou com vitória maranhense por 2 a 1, mas apesar disso, quem entrou para a história como autor do primeiro gol no estádio foi o paraense Hélio.
Construído originalmente para receber um público de 16.500 pessoas, o Nhozinho já abrigou um número bem maior de pessoas como no dia 26 de março de 1980, quando 24.865 torcedores acompanharam o empate sem gols entre Maranhão Atlético Clube e Vasco da Gama, recorde que pertence até hoje.
Antes disso, o Nhozinho Santos foi o palco do maior triunfo do futebol maranhense até então, quando o Sampaio Corrêa conquistou o título da segunda divisão do Campeonato Brasileiro em 1972, após empate por 1 a 1 com o Campinense e uma vitória emocionante nas cobranças de pênaltis por 5 a 4 consolidou o triunfo tricolor.
Desde a construção do Estádio Castelão, maior e mais moderno, o Nhozinho passou a ter um papel secundário na vida do ludovicense apaixonado por futebol, mas nunca deixou de ter o seu espaço, principalmente em jogos do Campeonato Maranhense, onde diversos clássicos foram disputados na Vila Passos, bairro onde é localizado o estádio.
Tragédia
Mas nem só de glórias e vitórias viveu o estádio, pois em 1967 uma partida entre MAC e América-CE quase virou uma tragédia e acabou com várias pessoas feridas. Treze anos após sua inauguração, em 1963, o Nhozinho passou por sua primeira grande reforma, que durou aproximadamente quatro anos. A ideia era modernizá-lo e ampliar as arquibancadas passando sua capacidade para 20.000 pessoas.
A reinauguração, marcada para 31 de janeiro de 1967, ocorreu com o jogo Maranhão e América-CE, e para comemorar a volta do seu querido estádio, os governantes decidiram que a partida seria com portões abertos e uma multidão de curiosos e apaixonados pelo futebol superlotou o Nhozinho Santos. Por pouco não acontece uma tragédia, pois um falso alarme dando conta de que as novas arquibancadas estavam caindo, centenas de pessoas correram em direção ao campo, destruindo o alambrado que os separava do gramado e, no processo, vários torcedores foram pisoteados e acabaram se machucando. No saldo final, mais de 100 feridos que foram encaminhados para os hospitais da cidade.
Atualmente
O Nhozinho Santos voltou a aparecer no futebol profissional na última quarta-feira (30) quando foi palco do jogo entre Babaçu x Americano pela Série B do Campeonato Maranhense, mas por falta de laudos, não foi aberto ao público.
Em 2015, a Segundinha ainda tem dois jogos agendados para o estádio, mas ainda não há certeza de que haverá ou não torcedores no local. Vale ressaltar que uma das partidas envolve o Maranhão Atlético, clube que detém a terceira maior torcida do estado.
Em julho, a prefeitura de São Luís confirmou uma modernização do estádio marcada para o fim do ano com o custo de R$ 4 milhões financiados pelo Ministério do Esporte. Nessa reforma está previsto obras em toda a estrutura interna com melhorias dos vestiários e banheiros e recuperação do gramado, para propiciar um maior conforto para todos os presentes.
Uma reforma prévia, anunciada pelo secretário de esportes da cidade, Júlio França, foi realizada com custeamento próprio da Secretaria, mas acabou-se constatando alguns problemas estruturais que impossibilitaram a total liberação do estádio para a Série B. Nesta semana, a Semdel distribuiu nota oficial, esclarecendo sobre a situação daquela praça de esportes.
Por meio de nota, a Semdel informou que o estádio não estava recebendo jogos por conta de problemas estruturais:
A Secretaria Municipal de Desportos e Lazer (Semdel) informa que o Estádio Nhozinho Santos não estava recebendo jogos por conta de um problema estrutural na Marquise do setor de tribunas de honra, problema que já foi solucionado. A Semdel informa que o estádio deve passar por uma grande reforma, visando a modernização de suas instalações para melhorar a acomodação das pessoas que o frequentam. A secretaria ressalta ainda que após a modernização o estádio voltará a receber jogos com grande demanda de público.
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