Com aporte de US$ 200 milhões, startup vai oferecer carona paga no Brasil
Em meio à polêmica acalorada sobre o Uber, a empresa diz que não teme reação das empresas de ônibus que fazem o mesmo serviço
“O preço é definido pelos condutores, mas ele não pode ter lucro A ideia é que os custos diretos, como combustível e pedágio, sejam compartilhados”, diz o diretor-geral da empresa para a América Latina, Julien Lafouge. Em português, o executivo francês resume o serviço como “rachar custos”. “Ninguém pode fazer para ganhar a vida. Se fizer, vamos agir”, diz.
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Uma das funções do escritório que está sendo montado na capital paulista é exatamente criar parâmetros para evitar que condutores tenham lucro com a venda dos lugares no carro. Por isso, a empresa costuma estabelecer um valor teto para as viagens. Outra função do escritório é montar procedimentos para afastar potenciais problemas na relação entre motoristas e usuários. Por isso, o uso do serviço tende a passar por um pente-fino para a identificação das pessoas.
Em Portugal, por exemplo, um lugar na viagem de 320 km entre Lisboa e Porto é oferecida por motoristas a partir de ¤ 12. De ônibus, a viagem custa a partir de ¤ 17 e de trem, ¤ 24 na segunda classe. Em outros países da Europa, como França, Inglaterra e Espanha, as viagens pelo serviço costumam ser mais baratas que as opções tradicionais como ônibus ou trem. Se a lógica prevalecer no Brasil, empresas que fazem o serviço entre cidades poderiam reagir.
Uber e Airbnb
Em meio à iniciativa de taxistas brasileiros que lutam para acabar com o serviço do Uber em várias cidades, Lafouge diz que a Blablacar não teme ser alvo de empresas de ônibus que oferecem linhas entre cidades. “Não estamos oferecendo um serviço. Apenas conectamos pessoas físicas que têm interesse comum de ir de A para B com base na confiança criada pelo site e aplicativo”, diz
Alguns economistas classificam serviços como o oferecido pela francesa de “economia compartilhada” ou “P2P” – sigla em inglês para “pessoa para pessoa”. É o mesmo conceito do Airbnb, empresa dos EUA que conecta donos de imóveis com quem procura uma locação temporária.
Ainda que esse tipo de iniciativa seja realizada entre pessoas físicas, empresas têm reagido. Em cidades turísticas como Barcelona e Amsterdã, o setor hoteleiro faz campanha contra o Airbnb e pede a regulamentação do serviço. Em Barcelona, o uso do Airbnb passou a ser taxado pela autoridade local a exemplo do que acontece com os hotéis.