Banda maranhense se prepara para turnê na América do Sul

“Fazendo com que o sonho vire realidade”. É assim que os rapazes da banda de heavy metal maranhense Jackdevil anunciam a primeira turnê internacional da carreira curta, mas intensa. Com quatro anos de existência o trabalho dos artistas vai ser mostrado em outros países na turnê Evil Strikes Again – South American Tour 2015, e eles já desembarcam no próximo dia 30 (sexta-feira). A turnê latina aquece dias 6 e 7 de novembro com shows em Jundiaí e São Paulo e o dia 11 de novembro será o primeiro de cinco shows seguidos que a banda fará na Colômbia.

“É um sonho. Porque quando a gente começa a tocar, é o que se espera. Mas na música tem um risco, e no Maranhão então, que é fora do eixo Rio-São Paulo, quando você consegue um feito desses, é sonho que se torna real”, comenta o vocalista e guitarrista da banda, André Nadler.

Apesar do pouco tempo de estrada e da grande distancia entre sua cidade natal e os grandes eixos do heavy metal no Brasil, a banda foi rapidamente conquistando seu espaço no cenário nacional; em uma votação de melhores do ano, organizada pelo portal whiplash.net, o JackDevil foi eleito por voto popular como a banda nacional revelação de 2012.

Além de Nadler, a banda é formada pelo baixista Renato Speedwolf; Ric Mukura, na guitarra; e Filipe Stress, na bateria. Evil Strikes Again é o quarto trabalho da banda e o segundo CD lançado pela gravadora carioca Urubuz Records. Os dois primeiros foram os demos independentes, Under The Satan Command (2012), o EP Faster Than Evil (2013). Em 2014, o grupo lançou o trabalho completo Unholy Sacrifice, um álbum conceitual que teve como tema o terror, com letras inspiradas em contos.

O Evil Strikes Again, que dá nome à turnê foi gravado e mixado pelo próprio baterista da banda e lançado em julho passado. Até o momento, segundo Nadler, já foram vendidas 5 mil cópias do trabalho em todo o mundo. “E para o Japão já mandamos uma segunda remessa de CDs. Lá fora o público preza muito compra CD e eles ficam esperando trabalhos nossos, as novidades”, garante Nadler, afirmando que esse trabalho tem tido um alcance no exterior ainda maior do que o anterior.

Prova disso é a turnê que tem várias datas por todo o Brasil e passando pela América do Sul (Argentina, Chile e Colômbia), junto de alguns nomes renomados dentro do heavy metal, como a inglesa Onslaught.

Essa é a primeira parte da turnê. Ela continuará em fevereiro ao lado da banda espanhola Crisix e passará por países da América do Sul como Colômbia, Bolívia e Peru, países da América Central e o México.

Seis perguntas//André Nadler

Como foi o processo para integrar essa turnê internacional?

Essa turnê é em parceria com a Cronos que está cuidando de toda a organização da turnê. Eles viram o nosso trabalho, avaliaram e nos chamaram para fazer esse trabalho, junto com a banda inglesa Onslaught. E o anúncio dessa turnê já deu tão certo que eles nos convidaram para a segunda etapa, que começa em fevereiro, em novos lugares. Aí dessa vez nós vamos com a banda espanhola Crisix, que é uma banda dessa nova safra, da nossa geração. A Cronos tem esse trabalho de estruturar tudo e a gente vai só para tocar (risos).

O que não é muito comum no cenário das bandas independentes…

Sim. A primeira vez que saímos do Maranhão foi uma turnê independente em 2013, onde a gente se apresentou em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Curitiba, Brasília, Ceará, Teresina, Belém, Manaus. Foi tudo por nossa conta. E foi nessa época que a gente conheceu a Cronos, que fizemos contato. Só agora casou de fecharmos essa turnê.

E é a primeira vez que vocês se apresentam fora do Brasil?

Sim. Nessa primeira etapa nós vamos dia 30 de outubro e voltaremos só dia 10 de dezembro. Ao todo serão 22 shows, o que dá quase um show por dia. É a primeira vez que nós faremos tantos shows seguidos. Na segunda etapa, que começa em fevereiro de 2016 ainda tem shows sendo agendados… É a primeira banda de rock metal do Maranhão que vai para fora do Brasil!

Isso causou impacto?

Sim. As pessoas não esperavam. Nem a gente (risos). Pensávamos que a turnê seria só no Brasil. Agora depois disso a gente já está pensando alto. Em abril queremos fazer Estados Unidos e, se tudo der certo, até o final do ano queremos ir para a Europa.

E qual é a expectativa com a proximidade da viagem?

É a melhor. Será a oportunidade de mostrarmos nosso trabalho ao vivo fora do Brasil. Estou tendo que aprender espanhol para poder me comunicar melhor com a galera no palco (risos). Vai ser a primeira vez que vamos tocar direto. Acho que isso abre portas para que outras bandas tenham esse tipo de oportunidade para se apresentarem também fora daqui. Temos muitas bandas boas, com potencial para isso.

E vocês são músicos profissionais? Como fica a vida de vocês nesse período fora?

O Filipe é músico e trabalha com música; eu sou jornalista e músico; o Ricardo estuda música; e o Renato é advogado e músico. A gente vai ter que parar tudo nesse período. Conseguimos conciliar a época de férias de todo mundo para esse trabalho. Se a gente quer viver de música vai chegar uma hora que não vai dar para se dividir. É um sonho que a gente vai realizar.

Datas/Turnê

06.11 – Jundiaí (SP)

07.11 – São Paulo (SP)

11 a 15.11 – Colômbia

25.11 – Pomerode (SC)

26.11 – Florianópolis (SC)

27.11 – São Paulo (SP)

28.11 – Curitiba (PR)

29.11 – Limeira (SP)

01.12 – Asunción (Par)

02.12 – Buenos Aires (Arg)

03.12 – Santiago (Chile0

04.12 – Chile

05.12- Chile

06.12 – Temuco (Chile)

Videoclipe

Recentemente a banda lançou oficialmente o quarto videoclipe como parte da divulgação álbum Evil Strikes Again. A música-título do CD foi a escolhida para, segundo os integrantes da banda, provar que o massacre metálico dos Thrash Demons do Brasil continua, com um registro audiovisual carregado de energia, diversão e turbinado com o heavy metal executado pela banda.

Evil Strikes Again

O disco tem 12 faixas de autoria e produção dos integrantes da banda. O processo de gravação, mixagem e masterização estão por conta do Filipe Stress e do produtor musical mineiro Lisciel Franco. O trabalho de arte gráfica ficou por conta do desenhista Ronilson Freire, que fez a arte do Unholy Sacrifice e também responsável por traçar o herói Green Hornet.