Alguns torcedores do Sampaio Corrêa compareceram ao treino do time, ontem, no Estádio Castelão e se mostraram curiosos para ouvir uma explicação em nota oficial do presidente Sérgio Frota sobre a venda do terreno do Centro de Treinamento José Carlos Macieira, conforme reportagem do Imparcial veiculada no último domingo, 30.

O consultor de vendas Eduardo Serra acredita que a situação precisa ser esclarecida o mais rápido possível. “Tem que se explicar, porque é patrimônio do clube. A parte nebulosa de tudo isso é que o fato aconteceu há cinco anos e só agora veio à tona. Minha preocupação é como a de todo torcedor que ama o Sampaio, e que tudo isso não prejudique o time”, afirmou.

“O melhor que o Frota tem a fazer é aparecer com uma planilha detalhando tudo e explicando para toda a diretoria e aos sócios como foi feito o negócio. Futebol no Maranhão é complicado e essa venda pode até ter sido uma boa”, completou.

Além das pessoas presentes no treinamento,vários torcedores bolivianos, desde o domingo têm manifestado sua indignação em redes sociais e programas de rádio, esperando uma declaração oficial do presidente do clube.

Alguns torcedores do Sampaio Corrêa divulgaram, na tarde de ontem, 31, em rede social, uma nota que seria assinada pelo presidente do clube, Sérgio Frota, se manifestando sobre a reportagem da venda do terreno do CT José Carlos Macieira a uma empresa chamada Hispamix Brasil Investimentos.

Em um longo texto, Frota voltou a reiterar uma parceria com a empresa para construção de um centro de treinamento moderno, mas não deu explicações específicas sobre a venda do terreno.

“O que foi feito foi um contrato onde o Sampaio cedia parte do terreno a essa empresa e ela construiria um CT com toda a estrutura que um clube precisa (alojamento, campos de futebol, quadra poliesportiva, área de vivência para integrar o sócio, restaurante, etc). Essa área nunca esteve no nome do Sampaio, pois já teria sido penhorada há muito tempo. Um projeto do nível que concebi demora a ser aprovado pelos órgãos responsáveis. Se não fosse isso, desde 2010 essa empresa já não teria usado o terreno? O objetivo é me enfraquecer politicamente para que eu não consiga os recursos que o Sampaio precisa para subir. Futebol maranhense, tirando o Sampaio, não existe. Por que será? Fui relator do Projeto Nota Legal que daria recursos esse ano pra Sampaio e Imperatriz e até agora não liberaram o recurso. Qual interesse de botar essa matéria na 1ª página de um jornal e quem mandou? A luta é pesada, mas sei que luto por um sonho e que conto com muita gente que esse sonho. Acreditem, essas pessoas vão ter que me engolir”, dita a nota assinada com o nome de Sérgio Frota.

O presidente novamente foi procurado pela reportagem do Imparcial, mas não atendeu às nossas ligações nem se manifestou oficialmente sobre o caso.

Apesar de procurados pelo Imparcial, diversos conselheiros e membros da diretoria não quiseram comentar sobre o caso. O único que se manifestou durante o dia de ontem, foi o ex-presidente do Sampaio, Pedro Vasconcellos, que comentou na Rádio Mirante-AM sobre o histórico do terreno do CT José Carlos Macieira.

“Realmente, ele (Sergio Frota) terá que dar explicações à torcida. Eu passei 15 anos, como presidente do Sampaio, diretor e presidente do conselho deliberativo. Para preservar o patrimônio do clube, eu fiz uma entidade: Centro Cívico Cultural e Desportivo Dr. José Carlos Macieira para evitar as penhoras”, explicou, lembrando que o dirigente tricolor é um homem público e, desta forma, deve primar pela transparência na administração do clube de maior torcida do estado.

Vasconcelos também comentou a legalização do terreno, que em toda a sua gestão não conseguiu regularizá-lo para tirar dos antigos donos para a instituição criada por ele.

“Eu nunca consegui legalizar aquela área em nome do Centro Cívico. Consegui preservar por 15 anos, mas sem ter documento. Eu não acreditava que poderia ter sido vendido agora sem esse documento”, inquiriu.

Por ordem da diretoria, o treino do Sampaio Corrêa na tarde de ontem foi fechado para a imprensa quando muitos jornalistas já se encontravam dentro do Estádio Castelão. A justificativa dada pelo gerente de futebol, Zé Renato, foi que o técnico Léo Condé faria algumas movimentações que não poderiam ser vistas.

Ocorre que quando os portões foram abertos às 17h, os jogadores titulares todos estavam de tênis e confirmaram que participaram apenas de uma atividade regenerativa. O atacante Pimentinha comentou sobre o descanso dado aos atletas.

“Acho que vão ter poucos treinos agora. Vai ser jogo em cima de jogo. E o professor determinou um descanso já que amanhã teremos uma batalha”, afirmou Pimentinha.