Formula 1

Sebastian Vettel vence Grande Prêmio de Cingapura

O alemão da Ferrari aproveitou a noite tropical da ilha para ressuscitar mais uma vez no campeonato

Vettel vence o GP de Cingapura e supera Ayrton Senna em número de vitórias.
 
Cingapura nos ofereceu um Grande Prêmio à antiga em 2015, no sentido em que a pista oferece oportunidades de ultrapassagem que não se resumem ao uso da asa móvel, ficando a critério do piloto explorar ou não as suas reservas de sorte e coragem. São manobras mais raras que as que usam o DRS (asa móvel), mas são sempre mais memoráveis.
Confirmando seu grande momento com a vitória, Vettel se coloca como um candidato real para o vice-campeonato contra um Rosberg decepcionante. Nico deveria ter mostrado mais diante da possibilidade de descontar tantos pontos de Hamilton, que abandonou no meio da prova. Mesmo considerando que a Mercedes, pela primeira vez no ano, não tinha o melhor carro do grid, é de se esperar que momentos de superação pontuem a carreira de um grande piloto. Grande, ele já provou que não é.
Com o triunfo, o jovem tetracampeão soma 42 vitórias, superando a marca de Ayrton Senna. Vettel só venceu menos que Alain Prost, com 51 e Michael Schumacher, que tem inacreditáveis 91 bandeiradas em primeiro lugar.
Felipe Massa
O brasileiro da Williams teve de trocar de estratégia por causa do acidente com Niko Hulkenberg na volta 15, quando eles se tocaram na curva seguinte à saída dos pits. Acabou abandonando no meio da prova com um daqueles problemas modernos da F1. Uns chamam de hidráulico, mas parece eletrônico, atrapalhando funções básicas como aceleração e câmbio. Os carros dão mais “bug” do que “prego” hoje em dia. Já tive um problema parecido com meu carro popular. Hulkenberg foi punido com três posições para o próximo GP. Um exagero para um acidente de corrida. Esse tipo de atitude da FIA pode acabar por desencorajar ultrapassagens. Algo que deve ser debatido.
Felipe Nasr
Cingapura é um circuito de rua com a pista tão larga em vários trechos, que mesmo as curvas de 90° são contornadas em raios longos. Acaba sendo uma pista com média relativamente alta. Se falta uma longa reta, este espaço acaba por si só incentivando tentativas de ultrapassagem tradicionais, sem o recurso da asa móvel. Estas ultrapassagens tradicionais são muito mais legais e promoveram alguns momentos emocionantes, como na disputa entre Felipe Nasr e Romain Grosjean nas voltas finais pela décima e última posição na zona dos pontos.
A Sauber parece um caso clássico de equipe que não consegue oferecer o mesmo nível de competitividade para seus dois pilotos ao mesmo tempo. Nasr voltou a andar bem, reforçando a sua liderança interna construída no início do ano sobre Marcus Ericsson. Pode realmente ter sido reflexo da mudança de engenheiro que ele teria pedido. Isso já aconteceu antes. É comum que pilotos tentem, inclusive, levar estes profissionais consigo quando mudam de equipe. Algo a conferir nas próximas etapas.
Em tempo
-Alonso já ameaça o folclórico Andrea de Cesaris com sua sequência de abandonos na McLaren. O italiano costumava não terminar as provas por motivos de “sinistro” e ganhou o apelido de “De Crasharis” na equipe, no início dos anos 80. Alonso abandona sempre depois de provar que não pode fazer mais nada.
– Um cara de bermudas e tênis invadiu calmamente a pista na volta 37, provocando uma bandeira amarela. Pode ser um pedestre qualquer que errou o caminho? É um circuito de rua, não? Se foi um louco ou manifestante, vale lembrar que Rubens Barrichello venceu as duas provas em que isso aconteceu na história recente da categoria. Será que era ele no carro de segurança, liderando o pelotão na sequência dos fatos?
-A cara de Kimi Raikonnen na sala antes de pódio com certeza quer dizer alguma coisa. Sentado, com uma expressão de desilusão, o finlandês deve ter repensado suas possibilidades diante do grande campeonato que vem fazendo seu companheiro de equipe. Kimi vem se recuperando bem no campeonato e já alinha em quarto na tabela de pontos, mas tem apenas a metade dos pontos de Vettel. A equipe não fez qualquer grande movimentação para que ele lutasse pelo segundo posto com Ricciardo. Bastava que ele estivesse a frente das Mercedes, tirando pontos dos adversários da equipe, que está com a cabeça e o coração na disputa que acontece uns cem pontos a frente, de seu incontestável primeiro piloto em 2015 contra as “flechas de prata”.
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