Com um formato que terá sempre novos convidados a cada mês, quem começa a noite aquecendo o público é o locutor e DJ Pedro Sobrinho que apresentará uma seleção baseada em pesquisa, samba rock dos anos 1960 e 70, remixes de bossa nova, samba e choro, sem fugir da essência do RicoChoro ComVida. “Pela grandeza, é um evento de que tenho o maior prazer de participar. Agradeço o convite do seu idealizador Ricarte Almeida Santos. Espero que a plateia ouça e se divirta com esse repertório, criado especialmente para aquecer esse projeto mensal que valoriza o músico maranhense e o choro, esse patrimônio genuinamente brasileiro”, declara Pedro Sobrinho.

O Trítono Trio vem em seguida tocando uma hora de música instrumental. Formado por Israel Dantas (violão), Robertinho Chinês (bandolim e cavaquinho) e Rui Mário (sanfona), o trio terá a participação dos músicos convidados Mauro Sérgio (contrabaixo) e Ronald Nascimento (bateria).

“Junto deles podemos explorar mais sonoridades para nossa música, pelo fato de compartilharem de ideias iguais às nossas”, explica Robertinho Chinês. “Somos três solistas, precisaríamos de outros instrumentos que dessem uma cor diferente para nosso trabalho. Assim decidimos que teríamos a opção de eventualmente esse trio se tornar um quinteto, dando até uma dinâmica nas nossas apresentações. Então os convidamos, dois grandes e maravilhosos músicos”, completa Rui Mário.

O repertório do trio terá composições próprias e releituras de clássicos do choro e da música brasileira, a exemplo de Dominguinhos, Hermeto Pascoal, Ivan Lins, João do Vale, Zequinha de Abreu, Egberto Gismonti, Tom Jobim e Sivuca que estão no cardápio do grupo.

Célia Maria vem trazendo sua voz marcante acompanhada do Trítono. Com um repertório que mescla canções novas e antigas, clássicos como de Noel Rosa e Vinícius de Morais, e ainda os compositores maranhenses Antônio Vieira, Joãozinho Ribeiro, César Teixeira, entre outros, Célia diz que está muito feliz de ter recebido o convite.

“Cantar com essa gente nova né? Nós vamos fazer umas dez músicas, do passado e do presente, músicas novas e tocar para essa gente. É sempre muito bom estar no palco”, comemora Célia.

Os músicos do Trítono Trio derretem-se em elogios à diva. “Já tive a honra de acompanhá-la algumas vezes e gravar no seu Cd que está em fase de elaboração. Dona Célia é uma grande dama da música, é sempre uma satisfação e um aprendizado acompanhá-la”, revelou Robertinho Chinês. “Ficamos muito felizes em saber que iríamos acompanhar essa grande cantora, grande intérprete, de uma sensibilidade rítmica e melódica incrível. A responsabilidade é imensa, mas também, vai ser um encontro maravilhoso, onde vamos fazer de tudo para que o show seja um grande espetáculo”, prometeu Rui Mário.

A cantora, aliás, não cabe em si de ansiedade para finalizar o segundo disco de uma carreira de 58 anos. Aos 65 anos, ela que começou a cantar com 5 nas rádios de São Luís, considera que será um momento ímpar poder registrar canções que homenageiam o bairro da Madre Deus e seus compositores.

“Já estamos trabalhando há três anos nesse disco, tivemos que aguardar recursos. Eu mais do que ninguém não vejo a hora de estar com ele em mãos e poder cantar os poetas da Madre Deus, mas está muito difícil. Quero mostrar os sambas daquela turma. Mas não canto só samba não. Canto todos os ritmos, mas acima de tudo sou uma cantora romântica”, atesta a cantora.

O segundo disco, inteiramente dedicado a sambistas da Madre Deus tem produção e direção musical do violonista Luiz Jr. Célia Maria participou das coletâneas Memória – Música do Maranhão (1997) e Antoniologia Vieira (2001). Em Milhões de uns – vol. 1, estreia fonográfica de Joãozinho Ribeiro, ela interpreta o choro Saiba, rapaz.

Voz de ouro

Célia Maria começou a cantar nas rádios com 7 anos e profissionalmente aos 12 anos. Aos 16 estava no Rio de Janeiro e depois em São Paulo para gravar. No Rio morou por mais de trinta anos, e em São Paulo, residiu por outros seis onde dividiu palco com artistas de renome. Está de volta a São Luís há 5 anos.

Formada na escola dos programas de auditório de rádios do Maranhão, Célia Maria ganhou o nome artístico justamente ao se apresentar em um pela primeira vez: com medo de ser reconhecida, Cecília Bruce dos Reis usou o nome artístico que a acompanha até hoje. Chegou a cantar nas rádios Nacional e Mayrink Veiga, nos programas de César de Alencar e Abelardo Barbosa, o Chacrinha.

No mítico Zicartola conheceu e cantou ao lado de figuras como Zé Kéti, João do Vale, Paulinho da Viola e Jackson do Pandeiro, entre outros. Conhecida como “a voz de ouro” do Maranhão, Célia Maria tem um disco gravado, o homônimo Célia Maria (2001), mesclando compositores maranhenses com nacionais. No álbum, regravou canções como Beatriz e “Retrato em Branco e Preto, de Chico Buarque; Lápis de Cor, de Cesar Teixeira;, Na Asa do Vento, de João do Vale. Ainda em 2001 deu ao compositor Joãozinho Ribeiro o prêmio Universidade FM de melhor composição, pelo choro Milhões de uns, com arranjo de Ubiratan Sousa.

Após a apresentação de Célia a casa abre espaço para o público que queria dar uma “canja”. A noite termina com nova discotecagem de Pedro Sobrinho.

O quê? RicoChoro ComVida

Quando? 5 de setembro (sábado), às 18h

Onde? Barulhinho Bom (Rua da Palma, 217, Praia Grande

Quanto? R$ 20,00 (metade para estudantes com carteira e demais casos previstos em lei). R$ 120,00 (mesa para quatro lugares)

Produção: RicoMar Produções Artísticas

Informações: (98) 988265617, 981920111 e/ou 991668162