HISTÓRIAS

Personalidades que dão nomes às avenidas de São Luís

A maioria das avenidas da capital leva nome de povos ou personalidades que influenciaram a história da cidade

São Luís está completando 403 anos e revela muitas histórias, mesmo antes de sua fundação. Capital do Maranhão, São Luís é a única cidade fundada por franceses, invadida por holandeses e colonizada por portugueses.
Apesar dos conflitos e sendo alvo de disputas por território, a capital ludovicense passou por momentos de glória, com grande prosperidade, chegando a ser a terceira cidade mais populosa do Brasil, quando o país foi divido em dois: Maranhão, com capital em São Luís, e Estado do Brasil, com capital em Salvador, em 1573.
Durante séculos, São Luís recebeu influências francesas, holandesas e portuguesas, que podem ser vistas facilmente nas construções coloniais, nos tradicionais azulejos e nos nomes de ruas, bairros e avenidas.
Mas você sabe quem são as personalidades que dão nomes às avenidas de São Luís? O Imparcial selecionou algumas avenidas da cidade que levam nomes de personalidades e esclarece quem foram.
Avenida dos Holandeses
Foto: Honório Moreira / O Imparcial.


Honório  Moreira / O Imparcial

Avenida dos Holandeses pode ter mão única.

A Avenida dos Holandeses recebe esse nome em homenagem a um dos povos presentes na época da colonização da ilha de São Luís. A capital do Maranhão foi fundada por franceses, invadida por holandeses e colonizada por portugueses. Liderados por Maurício de Nassau, que já dominava parte do litoral nordestino, os holandeses invadiram São Luís e permaneceram na região por dois anos. Utilizando de força e terror, destruíram a Igreja do Desterro, que foi reconstruída pela própria população anos depois.

Os portugueses expulsaram os holandeses e a coroa portuguesa retomou o domínio da região.
Avenida dos Africanos
A avenida em seu nome uma homenagem aos escravos africanos que vieram para a cidade séculos atrás. A partir de uma grande crise econômica, o Marquês de Pombal resolveu investir na região do Maranhão e Grão-Pará, criando a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, o que estimulou novos produtos agrícolas para exportação. Com a consolidação da agricultura e tendo Portugal como país dominador de um grande mercado de escravos, o mercado negreiro se direcionou para São Luís e, a preço de custo, inúmeras levas de escravos africanos vieram para a capital do Maranhão. Desta forma, São Luís prosperou e a chegada dos africanos trouxe elementos culturais que contribuíram para a diversidade maranhense.
Avenida Daniel de La Touche
Foto: Honório Moreira / O Imparcial.


Honório Moreira / O Imparcial

Avenida Daniel de La Touche

Em março de 1612, uma expedição chefiada pelo nobre Daniel de La Touche, Senhor de la Ravardière, nome da avenida localizada em São Luís, partiu do porto de Cancele, na Bretanha, em direção ao Brasil. Os três navios, “Régente”, “Charlote” e “Saint-Anne”, chegaram ao litoral de Upaon-açu (nome dado à região pelos nativos), no dia 26 de julho. Daniel de La Touche foi encarregado de estabelecer a França Equinocial no país. Com esta tentativa, nascia o que viria a ser a única capital brasileira fundada por franceses.

No dia 8 de setembro de 1692, frades capuchinhos celebraram a primeira missa, e os colonos deram início à construção do Fort Saint Louis, nome dado em homenagem ao rei francês. Na segunda metade do século XVIII, o forte deu lugar ao Palácio dos Leões, atual sede do governo do Maranhão.
Escolhida por se tratar de uma ilha, o que facilita a defesa da região, Upaon-Açu foi renomeada e deu lugar ao povoado de Saint Louis, colonizado pelos cerca de 500 franceses que fizeram parte da expedição.
Curiosamente, mesmo após a reconquista da região pelos portugueses, a cidade não foi renomeada, conservando o nome francês que foi apenas “aportuguesado”.
Avenida Marechal Castelo Branco
Avenida Marechal Castelo Branco

O nome da avenida se refere ao Marechal Castelo Branco, que foi político, militar e o primeiro presidente do Brasil depois do golpe militar em março de 1964. Nomeado pelo Congresso, ficou no poder de 15 de abril de 1964 até 15 de março de 1967. O regime militar, que passou a vigorar a partir de sua nomeação, era baseado na política de fortalecimento do Poder Executivo e na ideia de Segurança Nacional. Castelo Branco tinha como proposta barrar o comunismo e recuperar a credibilidade internacional do país.

O mandato como presidente foi prorrogado, em julho de 1964, por uma emenda constitucional, devendo estender-se até março de 1967. Castelo Branco morreu em 18 de julho, quando o avião do Exército em que viajava, chocou-se no ar com um Jato da FAB (Força Aérea Brasileira).
Avenida dos Portugueses
Os portugueses colonizaram o Maranhão. Em 1535, diversas expedições vindas de Portugal tentaram, sem sucesso, ocupar São Luís e regiões do estado do Maranhão, porém, os naufrágios e resistências dos índios locais foram decisivos para o fracasso das empreitadas.
Até a primeira década do século XVII, São Luís ainda era um território exclusivo dos índios tupinambás. Porém, após a batalha de Guaxenduba, o exército português, liderado por Jerônimo de Albuquerque, venceu e expulsou os franceses em 19 de novembro de 1614.
A batalha foi um importante passo dado pelos portugueses para a expulsão definitiva dos franceses do Maranhão, e a então instalação da corte portuguesa no estado.
Avenida Jerônimo de Albuquerque
Foto: Honório Moreira / O Imparcial.


Honório Moreira / O Imparcial

Avenida Jerônimo de Albuquerque

Jerônimo de Albuquerque foi militar brasileiro e conquistou São Luís na luta contra os franceses. Além de conquistar a foz do Rio Potenji, construiu a cidade de Natal e o forte dos Reis Magos, em posição estratégica, para a defesa da cidade.

Em 1594, os franceses estavam instalados no Maranhão, onde haviam fundado a cidade de São Luís, nome dado em homenagem ao rei da França. Em 1613, Jerônimo de Albuquerque recebeu a difícil tarefa de ocupar o Maranhão, partindo do Recife, com uma expedição por mar. Percebendo que não tinha forças suficientes para lutar com o grande número de franceses, que ainda contavam com o apoio dos índios, resolveu buscar reforços.
Um erro francês, que deu quatro horas para que os portugueses decidissem se continuariam lutando ou se entregariam, fez com que os portugueses unissem forças, mesmo em menor número, realizando um ataque surpresa e assim conquistando São Luís.
Jerônimo de Albuquerque foi nomeado capitão-mor do Maranhão. Durante dois anos exerceu o cargo e acrescentou Maranhão ao seu nome. Reconstruiu a cidade de São Luís e intensificou o seu povoamento.
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