O GP da Itália começou com uma largada muito movimentada. Kimi Raikonen correu um enorme risco ficando durante alguns segundos parado. Felizmente não houve contato com quem vinha atrás, mas ele caiu de um promissor segundo posto na largada para último na primeira volta. Lewis Hamilton, que nata tinha com isso, largou bem e confirmou sua pole mantendo a liderança sem dificuldades.

Ninguém esperava que o atual campeão fosse seriamente desafiado. Seu companheiro de equipe, Nico Rosberg já não vem se mostrando á altura da disputa e ainda teve de correr com um motor antigo, com potência reduzida, numa tentativa frustrada de chegar ao final da prova sem acumular uma troca de motor (o que gera punições). A Ferrari, estabelecida como uma segunda força que ainda não tem como enfrentar a Mercedes, evitou riscos desnecessários e poderia ter emplacado segundo e terceiro lugares se não fosse o apagão de Kimi na largada. Vettel herdou e manteve o segundo posto até o fim, voltando a ameaçar a vice-liderança de Rosberg no campeonato.

Com paradas de pit stop, Kimi apareceu em terceiro já na volta 24. Com certeza o finlandês jogou fora um segundo lugar quase certo com sua largada desastrosa. Rosberg cola nele e ultrapassa na volta 27. Raikonen parou na 29 e voltou em décimo. Soberbo o pit da Ferrari e contundente a recuperação de seu piloto. Passou Ericsson na 32 e Hulkenberg na 33. Disputa encarniçada com Perez no final. Ultrapassou o mexicano na volta 51.

Massa, como quase sempre, largou bem e pulou para terceiro. Manteve a posição até que parou na volta 20 (pit ruim, em 3,7s). Perdeu a posição para Rosbberg que parou uma volta antes para se livrar de Bottas, que parou na 23 e voltou atrás dos dois. Os pits da Williams jogaram fora o esforço dos seus pilotos na pista. A equipe inglesa, que se ufanava de ter um carro muito bom para circuitos de alta velocidade, teve enorme dificuldade para conter a Mercedes “castrada” de Rosberg e não pareceram capazes de ameaçar a Ferrari de Vettel.

A quebra do motor de Rosberg deixou a briga pelo terceiro lugar entre os pilotos da Williams. Monza é Monza. Lá, os motores ainda abrem o bico se não estiverem 100%. Bottas encostou em Massa na volta 51, mas pressionou sem muita agressividade nas últimas voltas e Felipe Massa conseguiu garantir seu lugar no pódio, se isolando temporariamente na quarta posição da tabela.

Vettel trocou pneus na volta 25 e Hamilton na 26. Lewis seguiu sem problemas, fazendo voltas mais rápidas em sequência. O que mais chamou atenção no trecho final da prova foi uma ordem “misteriosa” para Lewis forçar o ritmo a ser explicada depois. Acontece que a Mercedes temia que a calibragem abaixo do recomendado nos pneus do inglês poderia acarretar em punição com o acréscimo de 25 segundos ao tempo dele. Esta, aliás, foi a diferença que ele conseguiu estabelecer em relação ao segundo colocado.

De todo modo, ficou a impressão de que a equipe teve medo de Hamilton se ceder sob pressão e jogar a vitória fora num erro qualquer. Preferiram não dizer e ele também não insistiu em saber. A ignorância pode ser uma benção para quem não sabe lidar com os fatos. Não deve ser um problema para 2015, mas o líder e virtual campeão deste ano ainda precisa provar que sabe lidar bem com as adversidades.