FOLCLORE

Descubra as lendas e mistérios da cidade de São Luís

Em homenagem aos 403 anos da capital maranhense, conheça melhor os mitos que fazem parte da história da única fundada por franceses do Brasil

Conhecer uma cidade não se resume somente a visitar seus pontos turísticos, saborear pratos típicos, tirar fotos e levar um souvenir para a casa. Descobrir sua história, suas manifestações culturais, lendas e mitos tem, cada vez mais, despertado o interesse e curiosidade dos turistas que passam por São Luís do Maranhão. Um dos maiores destaques da capital maranhense é justamente a riqueza cultural através de seus mitos e lendas que dão caminho para um conhecimento profundo sobre a cidade.

Desde a infância, os maranhenses têm em seu imaginário histórias envolvendo a lenda da serpente encantada de São Luís ou a carruagem fantasma de Ana Jansen percorrendo as ruas da cidade . São Luís, chamada também de ‘Ilha do amor’, e que completa 403 anos, carrega através do tempo várias histórias que foram contadas e passadas de geração em geração. Algumas foram aumentadas e hoje muita gente não sabe dizer se realmente aconteceram. Verdadeiras ou não, as lendas fazem parte da história e você confere alguns dos mitos mais populares da cidade.
Serpente da Ilha
Lendária, supersticiosa e misteriosa. Uma das histórias mais famosas é a da serpente da ilha que não para de crescer. De acordo com a lenda, quando sua cabeça encontrar a calda ela irá abraçar toda a cidade com tanta força que a levará para as profundezas do oceano.
A história envolve também outro mistério: os túneis e galerias subterrâneas que ligam algumas igrejas da cidade. Os pontos dão acesso ao mar e desperta ainda mais o imaginário ludovicense, pois existem muitas explicações para essas construções e diversos noctívagos da capital maranhense dizem que a serpente transita por esses túneis. Ela vive nas galerias desde o início do século XV, e ela nasceu nas imediações do Forte de São Luís. A cauda do animal estaria na igreja de São Pantaleão, a barriga na igreja do Carmo e a cabeça na secular Fonte do Ribeirão. Os que já passaram por seus túneis dizem que é possível até ver, através da grade de uma das entradas da fonte, a cabeça do monstro, com seus terríveis olhos vermelhos, com boca aberta e uma língua muito comprida e vermelha saindo do meio dos dentes, como descreve Josué Montello em seu romance “Os degraus do paraíso”.
Lenda da Praia de Olho d’Agua
Conta a lenda que, inicialmente, houve ali uma aldeia indígena cujo chefe era Itaporama. Sua filha apaixonou-se por um jovem da tribo, mas este, por ser muito bonito, provocou paixão de ‘Mãe d’água’ que, através de seus poderes, conquistou-o e levou-o para seu palácio encantado nas profundezas do mar. Perdendo para sempre seu grande amor, a filha de Itaporama caiu em grande desolação, deixando de se alimentar e indo para a beira do mar chorando até morrer. De suas lágrimas surgiram duas nascentes que até hoje correm para o mar e que deram origem à denominação da praia.
Lenda do milagre de Guaxenduba
De acordo com o mito, no principal combate travado entre portugueses e franceses, no dia 19 de novembro de 1614, no forte de Santa Maria de Guaxenduba, quando os portugueses estavam por ser derrotados por sua inferioridade de homens, armas e munições, surgiu entre eles uma formosa mulher envolta em auréola resplandecente. Ao contato de suas mãos milagrosas, a areia era transformada em pólvora e os seixos em projéteis, fazendo com que os portugueses se revigorassem moralmente e derrotassem os franceses. Em memória deste feito, foi a virgem considerada a padroeira da cidade, sob a invocação de Nossa Senhora da Vitória.
Lenda da carruagem de Ana Jansen
Lenda da carruagem de Ana Jansen

Ana Jansen era poderosa e discutida matrona maranhense de marcante presença na vida econômica, social e política de São Luís no século XIX, ela ficou conhecida na cidade pela desumanidade e maus tratos que, segundo rumores, aplicava a seus escravos. Conta a lenda que os notívagos da cidade, ao pressentirem a aproximação de uma horrenda carruagem penada, fugiam aterrorizados, à procura de um abrigo seguro. Se assim não fizessem, estariam sujeitos a receber a alma penada de Ana Jansen, uma vela acesa que amanheceria transformada em osso de defunto. Dizem, ainda, que o coche era puxado por cavalos decapitados, conduzidos por um escravo, também, decapitado e com o corpo sangrando. Por onde passava, horripilantes sons eram ouvidos, que pareciam resultantes da combinação de atrito de velhas e gastas ferragens com o coro de lamentações dos escravos.

Lenda do Palácio das Lágrimas
Na rua 13 de maio, em frente a Igreja São João e no canto com a rua da Paz havia um casarão de três pavimentos. Sobre o imóvel foram inventadas várias lendas, das quais se destaca a seguinte: dois irmãos portugueses vieram ao Maranhão para buscar riqueza. Um deles conseguiu enquanto o outro jamais saiu da pobreza. Cheio de inveja, o irmão pobre resolveu assassinar o outro a fim de herdar a grande fortuna, já que o irmão rico vivia amasiado com uma escrava e não tinha filhos legítimos, já que seus filhos eram fruto de uma união ilegal.
Após o assassinato e de posse dos bens herdados, passou a tratar os escravos, inclusive a ex-mulher do irmão e seus filhos, com extrema crueldade. Certo dia, quando um de seus sobrinhos descobriu que fora ele o assassino de seu próprio irmão, matou-o, após arremessá-lo de uma das janelas do sobrado. Descoberto o crime, e, por ser escravo, seu autor foi condenado a morte na forca levantada em frente ao sobrado. No momento do enforcamento, o condenado amaldiçoou o sobrado com essas palavras “Palácio que viste as lágrimas derramadas por minha mãe e meus irmãos. Daqui por diante serás conhecido como palácio das lágrimas”. E assim o sobrado passou a ser chamado.
Lenda da Manguda
Lenda da Manguda

Nos últimos anos do século passado, mais um personagem lendário foi incorporado às noites de São Luís, trazendo pavor e sobressalto às crianças e a considerável parte da população. Deu origem à lenda uma farsa idealizada e mandada executar por comerciantes envolvidos no contra bando de mercadorias – principalmente tecidos europeus – introduzidas na praça local sem o pagamento dos tributos devidos.

Os detetives da Mistérios S/A, do desenho animado Scooby Doo, talvez fosse gostar de ouvir essa história. Quem ver a praça Gonçalves Dias movimentada, nem imagina que no século 19, ao cair da noite, passar por ela era aterrorizante, segundo a história uma figura com o nome de Manguda aparecia todas as noites, com um vestido branco e a cabeça brilhante, mas ao contrario do que todos pensavam a manguda não passava de uma invenção de contrabandistas de mercadorias, para assustar os curiosos, e cometer o crime de contrabando, a farsa foi descoberta depois, mas a lenda continuou.
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