Meus cumprimentos aos leitores do portal de O Imparcial. Meu nome é Pablo Habibe e venho até vocês com o beneplácito deste que é o mais tradicional periódico do Maranhão para falar de automobilismo. O blog Velozmente vai abrir espaço para várias modalidades, mas nosso foco prioritário será o campeonato mundial de Formula 1 que, aliás, curte suas imerecidas férias de meio de ano. Sejamos francos, algo que movimenta tanto dinheiro não deveria parar nunca.
De toda forma, este intervalo nos oferece uma efeméride mais do que conveniente para recapitular algumas perguntas que estavam no ar desde 2014 e que, para o bem e para o mal, estão sendo respondidas agora em 2015. Os últimos meses têm provocado uma série de reavaliações a respeito de pilotos, equipes, regras e outros elementos de nosso querido circo.
Para começar, qual o real valor de Sebastian Vettel? Emplacando uma vitória espetacular no dilúvio que se abateu sobre Monza no GP da Itália de 2008, conduzindo um questionável Toro Rosso (carro mediano da equipe satélite da Red Bull) e enfileirando outros bons resultados, o jovem alemão logo arrumou uma vaga na equipe principal e a oportunidade de partir para um tetracampeonato com poucos percalços. Muitos creditaram este sucesso acachapante em grande parte aos carros maravilhosos projetados por Adrian Newey, o maior bicho-papão de títulos da categoria nos últimos 25 anos em várias equipes. Entre os denunciantes se destacavam as manifestações de desdém de Fernando Alonso.
De certa maneira, ele sofreu as consequências do sucesso espetacular de sua carreira meteórica, acumulando recordes e títulos com tanta presteza que deu força àqueles que atribuíam a maior parte de seu sucesso ao equipamento. Depois de um último ano medíocre pela Red Bull, aonde foi eclipsado por Daniel Ricciardo justamente quando a equipe não tinha o melhor carro do grid, Vettel decidiu apostar que poderia ter sucesso aonde Alonso, seu detrator, falhara. Ele assinou com a Ferrari na expectativa de trazer a equipe de volta à briga pelo campeonato e provar que sua luz própria é maior do que sua sorte.
A versão 2015 de Vettel vem sendo uma das grandes atrações da temporada. Apoiado numa Ferrari que finalmente apresentou um carro melhor que o do ano anterior (depois de deixar Alonso na mão várias vezes), o tetracampeão vem se mostrando à altura do desafio e, contra todas as expectativas, venceu duas provas, se mantendo vivo no campeonato em terceiro lugar na tabela. O desempenho dele deixa claro que, se a Ferrari melhorar um pouco, ele pode deixar de ser um candidato matemático para ser um real postulante ao título.
Colher os frutos de um possível embate mais encarniçado entre Hamilton e Rosberg seria muito improvável diante da aparente incapacidade de Nico ameaçar Lewis tecnicamente. Mesmo um salto qualitativo da escuderia italiana poderia ser respondido com a adoção de uma política interna escancaradamente a favor de Hamilton dentro da Mercedes. Em suma, ser campeão em 2015 é muito difícil, mas estar de pé e desafiador no ringue tem calado a boca de muita gente que relaxava Sebastian Vettel (incluindo quem vos fala).