A menos de 14 meses das eleições de 2016, centenas de pré-candidatos a prefeito nos 217 municípios do Maranhão buscam a todo custo a melhor acomodação nos partidos e como farão para cooptar lideranças e formar alianças consistentes. Como a reforma política que começou fazendo o maior barulho na Câmara não avançou nas últimas votações, perdendo espaço para as chamadas “pautas-bomba”, é imprevisível o que pode acontecer em relação às disputas eleitorais de 2016.
A crise política engoliu a pauta das reformas iniciadas pela Câmara dos Deputados, agravadas com o movimento para derrubar a presidente Dilma que, por sua vez, disse em São Luís que “o Brasil precisa de estabilidade para fazer a travessia das dificuldades na economia”. Em meio a tantas turbulências, as eleições municipais vão se aproximando num ambiente carregado de incertezas. Além do mais, o Maranhão bate recordes de ações despejadas na Justiça por prática de improbidade nas administrações municipais de 2012.
Como a crise econômica está abraçada à crise política, os partidos e seus possíveis candidatos a prefeitos vão agindo na penumbra de um cenário indecifrável. A única certeza é que haverá eleições de prefeito e vereador, com definição do tempo de TV e formas de propaganda. Sobre mudanças, a Câmara mexeu com inúmeros pontos polêmicos e não che¬gou a lugar nenhum. São temas que conflitam interesses de partidos, lideranças e até futuro de outras eleições – portanto acabou não mudando absolutamente nada até o presente.
Como o Congresso Nacional não pode se omitir da crise que se instalou em Brasília, os deputados e senadores estão sem saber qual “santo” devem acompanhar. O de Eduardo Cunha ou o de Renan Calheiros. Se apostam na derrubada de Dilma ou na expectativa de que a crise possa serenar, a economia respirar e ela permanecer no cargo. Tudo é hipotético. Até a possibilidade de Renan e Eduardo Cunha, ambos do PMDB estarem conspirando ao lado do vice-presidente Michel Temer, para assumir a cadeira principal do Planalto e todos eles serem felizes no poder central.
Assunto lateral (1)
Mesmo tendo um efeito bombástico na Assembleia Legislativa em que ele foi deputado a presidente, a notícia de ações de improbidade e suposto pedido de prisão contra o ex-secretário de Saúde do governo Roseana Sarney, Ricardo Murad, não animou nenhum parlamentar a falar na tribuna. Porém, foi o assunto que, em forma de tititis, invadiu o plenário e as conversas dos deputados.
Assunto lateral (2)
Nem a deputada Andrea Murad (PMDB), filha de Ricardo, compareceu à sessão, assim como também o seu cunhado, genro de Ricardo, deputado Sousa Neto (PTN). Os parlamentares trataram do assunto, mas aos grupinhos de três ou mais, sem nenhuma confirmação do que realmente havia acontecido. O próprio Ricardo usou rede social para se dizer perseguido do governador Flávio Dino.
Fazendo história (1)
Com um sorriso vitorioso, o deputado Cabo Campos (PP) dirigiu a parte final da sessão de ontem da Assembleia Legislativa do Maranhão. A alegria tinha razão de ser. Ele não perdeu a oportunidade de anunciar que em mais de 200 anos de história da Casa, pela primeira vez, um afrodescendente assumiu sua presidência.
Fazendo história (2)
A chamada “Casa do Povo” do Maranhão já foi presidida por homens, mulheres, jovens, até religiosos, mas negro, nunca. Eis motivo do justificado registro do deputado que representa, acima de tudo, os seus colegas de farda da Polícia Militar do Maranhão. Com simplicidade e respeito, ele tem sabido se conduzir no exercício do mandato.