A segunda chamada pública anual do tradicional Edital de Apoio a Projetos de Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza está com inscrições abertas até 31 de agosto. Para essa edição, serão selecionadas pesquisas no ecossistema marinho e costeiro brasileiro. Nesses ambientes, são elegíveis iniciativas em todos os estados do país.
A preservação desses ambientes garante a proteção da biodiversidade de diversas espécies, como os cavalos-marinhos e toninhas; e ambientes naturais, como os manguezais e as restingas. Além disso, representa melhor qualidade de vida para mais 50 milhões de brasileiros que vivem na costa do país.
O apoio a pesquisas em um ecossistema específico visa a potencializar a geração de conhecimento e consequentes aplicações práticas na região prioritária, gerando resultados efetivos para a conservação. “Dessa forma, complementamos os esforços públicos de proteção dos ambientes relacionados a esse ecossistema e contribuímos para que o país cumpra as metas internacionais das quais é signatário [saiba mais abaixo]”, afirma Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário.
As linhas de apoio do Edital e o processo de inscrição estão disponíveis na seção ‘Editais’ do site www.fundacaogrupoboticario.org.br. Para detalhes adicionais, basta encaminhar um e-mail para edital@fundacaogrupoboticario.org.br.
Ambiente sensível precisa de proteção
O litoral brasileiro é considerado um dos mais ricos do mundo em biodiversidade. Com cerca de sete mil quilômetros quadrados de extensão, ele possui diversos ambientes costeiros, nos quais vivem mais de mil espécies de fauna e flora. Além disso, as áreas de estuários e mangues são consideradas berçários da vida marinha e barreiras naturais contra alagamentos e marés altas, sendo essenciais para o equilíbrio da biodiversidade e para a qualidade de vida das populações de seu entorno.
“Apesar desse importante papel que desenvolve, os ambientes costeiros têm sofrido muito com a pesca industrial excessiva, poluição e expansão demográfica acelerada. Isso compromete a conservação do ambiente natural e de sua biodiversidade, além do bem-estar das populações que vivem próximas a esses ambientes”, ressalta Malu.
O edital também busca contribuir para que o Brasil cumpra as Metas de Aichi. Estabelecidas em 2010, durante a 10ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica da ONU, elas são direcionamentos a serem cumpridos para conservar a biodiversidade brasileira em diversos aspectos, já que o Brasil se comprometeu a segui-los. Alguns deles envolvem o ecossistema marinho, como a meta 11, que indica que até 2020 pelo menos 10% das áreas costeiras e marinhas devem ser conservadas, por meio de sistemas de áreas protegidas. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, apenas 1,57% dos cerca de 3,5 milhões de km2 do mar sob jurisdição do Brasil está sob proteção por unidades de conservação.