TORONTO

Natação do Brasil se destaca no Parapan e bate recordes em Toronto

Modalidade levou sete ouros, uma prata e três bronzes e já dá primeiros sinais de forte preparação para Jogos Rio 2016

O Brasil exibiu mais uma vez a hegemonia que tem na natação no segundo dia de competições dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto. Ao todo, foram 11 medalhas para o País, sendo sete ouros, uma prata e três bronzes. Entre as conquistas no Centro Aquático, os atletas protagonizaram uma dobradinha nos 400m livre S9 e um repeteco do ouro de Guadalajara-2011 no revezamento misto 4x50m livre 20 pontos. Das 15 provas que valiam pódio, o Brasil ganhou medalhas em nove, batendo recordes e se mantendo na liderança dos Jogos.
“A prova foi muito dolorida, mas muito boa. Sem dúvida, dedico este ouro ao meu treinador e a toda a estrutura que temos à disposição. Fiz um treinamento que fez toda a diferença nos resultados. A competição está só começando e vamos para cima de todo mundo”, adiantou Ruiter Silva, campeão nos 400m livre S9, prova que ainda deu a prata a Vanilton Nascimento.
Revezamento
O quarteto formado por Joana Neves, Estefhany Rodrigues, Daniel Dias e Clodoaldo Silva assegurou o ouro ao País no revezamento misto 4x50m livre 20 pontos. “Vamos batalhar para garantir que no Rio tenhamos novamente uma grande conquista. Em 2016 teremos este mesmo revezamento e esta é uma fórmula que tem dado certo. Estamos treinando cada vez mais para garantir medalhas”, contou o multimedalhista Daniel Dias, que no domingo chegou ao seu 21º ouro no torneio continental.
Se para ele o topo do pódio já não é uma grande surpresa, Camille Rodrigues comemorou bastante o resultado que conseguiu na piscina, ao melhorar o tempo nos 400m livre S9 em sete segundos, em relação ao que vinha treinando. “Me sinto muito feliz em ser campeã parapan-americana. Eu esperava a prata, mas fui pra cima e fiz exatamente o que tínhamos planejado. Acabei me saindo muito melhor”, festejou.
Os três bronzes do dia foram para Francisco Avelino, nos 100m peito SB4, Cecilia Araújo, nos 50m livre S8, e Estefhany Rodrigues, nos 100m peito SB5.
Dia de recordes
Caio Amorim nadou os 400m livre S8 e faturou o ouro com direito a recorde parapan-americano. “Esta prova, com este tempo, teria dado medalha em Glasgow (mundial da modalidade)”, analisou o nadador, que bateu em 4min25seg10. No sábado (8), o atleta tinha sido desclassificado. “Isso ficou na minha cabeça, mas, graças aos meus amigos e à família, consegui descansar e chegar com muita vontade para me redimir. Agora estou na briga por medalhas para 2016”, completou.
O dia em Toronto ainda registrou a quebra dos recordes das Américas com Paloma Sampaio, nos 100m peito SB5 (1min59seg32); Roberto Alcalde, nos 100m peito SB5 (1min35seg47); e Raquel Viel, nos 100m costas S13 (1min16seg33). “Em 2011 eu fiquei muito perto da medalha, mas foi um ano ruim para mim. Esta é a primeira vez que consigo medalha no Parapan e é uma felicidade muito grande. É uma barreira que se quebra”, comentou Roberto Alcalde.
De olho em 2016
O Parapan de Toronto está evidenciando a força do Brasil na natação, já com foco nas Paralimpíadas do Rio 2016. A modalidade terá um papel crucial para que o País cumpra a meta de terminar os Jogos do ano que vem entre os cinco primeiros no quadro geral de medalhas. Assim, o governo federal tem investido na preparação dos nadadores por meio dos programas como o Bolsa-Atleta e Bolsa Pódio e também de convênios firmados com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
“Sou atleta do Bolsa Pódio e agora vivo, finalmente, do esporte, me dedicando 100% à natação. Com o benefício, me sinto muito bem assessorado e tenho que me preocupar somente em nadar”, disse Roberto. Todos os 28 atletas que disputaram medalhas neste domingo são contemplados com algum dos programas. No total, 241 nadadores do Brasil são beneficiados por um investimento que totaliza R$ 5.942.025.
Além dos programas de apoio direto aos atletas, o Ministério do Esporte firmou um convênio com o CPB no valor de R$ 1,8 milhão para a participação do Brasil no Parapan. Outros dois são destinados à preparação para os Jogos Rio 2016 e chegam a R$ 40 milhões. Desde 2010, foram celebrados 16 convênios com o CPB que, somados, chegam a R$ 62,8 milhões.
“A Bolsa-Atleta ajuda bastante. A gente usa o dinheiro para investir no esporte e em treinamentos. Qualquer valor financeiro faz a diferença. Ser atleta não é fácil, pois temos muitos gastos e o ministério dá essa ajuda necessária”, afirmou Camille Rodrigues, que se diz confiante para as Paralimpíadas. “Com o ouro de hoje e o tempo que fiz, vejo mais o Rio 2016 do que via anteriormente”, concluiu.
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