A renovação do contrato de Kimi Raikonen com a Ferrari para 2016 fecha uma das vagas que mais mexeria com o mercado de pilotos em uma possível dança das cadeiras na Formula 1. Trata-se de uma resposta à pilotagem mais efetiva do finlandês em 2015 e demonstra que o chefe da escuderia, Maurizio Arrivabene, fez uma aposta segura mantendo Kimi, que vem fazendo um campeonato combativo. O cartola ganha tempo sabendo que os candidatos para a vaga estarão bem mais baratos em 2016, com o fim de seus atuais contratos, e mantem seu atual piloto sob pressão para continuar mostrando serviço.
O desafio de Kimi Raikonen para o resto da temporada é se descolar da dupla da Williams na tabela de pontos e encostar em Vettel, que vem sendo mais eficiente com o mesmo carro. Ele precisa largar melhor se quiser melhores resultados. Este, aliás, parece ser um problema crônico. Dono de um enorme talento, que o trouxe para a categoria aos 19 anos, depois de apenas 23 corridas de automóvel (monopostos, descontando os karts) em seu currículo. Hoje, com 35, 20 vitórias, 42 voltas mais rápidas, 16 poles e a improvável, mas merecidíssma, conquista do mundial de 2007 no bolso, os números induzem a conclusão de que grande parte da velocidade durante as provas é gasta para compensar posições ruins no grid de largada.
Depois de peregrinar pelo mundial de rali, entre algumas aparições em categorias menos importantes, Kimi surpreendeu o mundo num retorno em grande estilo pela Lotus, conquistando o terceiro lugar na temporada de 2012 e chegando a liderar o mundial de 2013. Acabou pavimentando seu caminho de volta para a Ferrari, aonde sofreu com um carro projetado de acordo com o estilo de Alonso no ano passado, mas já mostra um desempenho mais sólido em 2015.
A facilidade com que com que chegou a F1 parece ter forjado um piloto preguiçoso. Kimi só se move quando acham que ele já não tem mais nada a oferecer. Alternando temporadas soberbas com campanhas irreconhecíveis, Raikonen segue imprevisível, mas forma hoje, sem sombra de dúvidas, a dupla mais forte da categoria junto com Vettel, e a Ferrari sabe disso