ESPETÁCULO

Camille Claudel discute arte e loucura no Teatro Alcione Nazareth

A atriz Ceronha Pontes e a MC Apoio, apresentam o espetáculo “Camille Claudel”, contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2014, na categoria de circulação (O espetáculo se apresentará também em outras cidades, a exemplo de Natal(RN), Vitória(ES), e São Paulo(SP)). As apresentações serão realizadas nos dias 28 e 29 de agosto, às 20h, […]

Atriz Ceronha Pontes  Peça Camille Claudel  Teatro Glauce Rocha - Rio de Janeiro (RJ)  Março de 2013  Foto de Marcio RM

A atriz Ceronha Pontes e a MC Apoio, apresentam o espetáculo “Camille Claudel”, contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2014, na categoria de circulação (O espetáculo se apresentará também em outras cidades, a exemplo de Natal(RN), Vitória(ES), e São Paulo(SP)). As apresentações serão realizadas nos dias 28 e 29 de agosto, às 20h, no Teatro Alcione Nazareth, em São Luis. Após o primeiro dia de apresentação, o público será convidado a um debate sobre Arte e Loucura com a atriz, tendo a participação de artistas, arte-terapeutas e psicanalistas maranheses convidados.

O gênio de Camille está impresso nas formas que esculpiu, mas está também exuberante e implacável em sua personalidade complexa, conflituosa. A personagem se confronta com seus fantasmas, numa narrativa que não segue, necessariamente, uma ordem cronológica. Em discussões as vezes dóceis, as vezes acaloradas, manifesta o rancor que a corrói e passa a limpo, as injustiças a que foi vitimada, o preconceito de gênero que permeou toda a sua trajetória e o tolhimento artístico que lhe impunha Rodin e a sociedade.
A intérprete e autora da dramaturgia, Ceronha Pontes modela uma Camille Claudel que aos poucos vai se desgastando pelos anos de reclusão forçada e abandono no manicômio, amargurada pelo pouco crédito que lhe deu a sociedade francesa de sua época, e ressentida com Rodin, que não a assumiu como mulher, nem a defendeu quando a acusaram de copiar a arte do mentor. Camille passou os últimos 30 anos de sua vida internada, contra sua vontade, num manicômio – sem ser de fato louca.
À medida que a personagem é revelada, se materializam, no corpo da atriz, com o barro e a argila – rudimentos do ofício de esculpir, as formas femininas tão presentes no legado de Claudel. Martelo e cinzel, extensões das mãos de quem burila poesia nas pedras, modelam o ar e produzem o som agudo que remete de imediato a essa expressão artística. O espetáculo estreou em 2006 e desde então vem recebendo elogios de crítica e público, por onde passa.
Sobre a atriz – Radicada no Recife (PE), Ceronha Pontes é formada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará. Iniciou sua carreira no teatro em 1991, no Curso de Arte Dramática da Universidade Federal do Ceará, concluído com a montagem de “Viúva, Porém Honesta”, de Nelson Rodrigues, sob a direção de Bruno Correia Lima.
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