REELIN

Proteína humana protege os neurônios contra os efeitos do Alzheimer

Muito produzida por humanos, a proteína reelin protege os neurônios contra os efeitos tóxicos dos fragmentos de beta-amiloides, placas que se acumulam no cérebro, provocam a degeneração dessas células nervosas e desencadeiam a doença de Alzheimer. A ação benéfi ca até então só havia sido constatada in vitro. Agora, pela primeira vez, cientistas de uma […]

DIVULGAÇÃO

Muito produzida por humanos, a proteína reelin protege os neurônios contra os efeitos tóxicos dos fragmentos de beta-amiloides, placas que se acumulam no cérebro, provocam a degeneração dessas células nervosas e desencadeiam a doença de Alzheimer. A ação benéfi ca até então só havia sido constatada in vitro. Agora, pela primeira vez, cientistas de uma universidade norte-americana a observaram em modelos vivos (ratos) e detalharam a descoberta na edição de hoje da revista Science Translational Medicine.

O grande desafi o ao estudar a reelin é que ela desempenha ações muito complexas no cérebro e que vão se diferenciando ao longo da vida. No de jovens, por exemplo, ainda em formação, é responsável por orquestrar o posicionamento adequado dos neurônios no sistema nervoso.
No órgão de pessoas mais velhas, reforça as conexões sinápticas — a comunicação entre as células nervosas responsáveis pelos comandos enviados para o resto do corpo.
Diante da complexidade da natureza da proteína, há uma suspeita de que ela pode ter algum tipo de influência no enfrentamento ao Alzheimer, desordem neurodegenerativa incurável que provoca demência geralmente em pessoas com mais de 65 anos. Motivada pela dúvida, a equipe liderada por Courtney Lane-Donovan, pesquisadora da Universidade do Texas, investigou a fundo a importância fisiológica da reelin no comportamento sináptico e na proteção contra a toxicidade da beta-amiloide no cérebro de ratos adultos.
Para isso, desenvolveram em laboratório cobaias em que a proteína era parcial ou completamente inativa. “Descobrimos que a perda isolada da reelin surtiu efeitos sutis sobre a fisiologia neuronal e a função cognitiva de um camundongo adulto. Contudo, a perda total dessa proteína rendeu uma supressão sensível das sinapses excitatórias, o que resultou em prejuízos na aprendizagem e na memória”, informaram os autores, no estudo publicado na revista científica.
Segundo a equipe, os resultados fornecem evidência “in vivo que destaca o papel fundamental da sinalização de reelin para a proteção contra a toxicidade da placa beta-amiloide no cérebro mais velho”. O cérebro dos animais programados para não produzir a proteína se desenvolveu normalmente até que os depósitos de beta-amiloide começassem a emergir. Mesmo em baixas quantidades, a placa prejudicou expressivamente a capacidade de aprendizado e memória das cobaias. As observações foram constatadas no teste chamado labirinto aquático de Morris.
Trata-se de um procedimento básico para testar a cognição, verifi cando, por exemplo, a capacidade de navegação de um animal. No caso da pesquisa da Universidade do Texas, os ratos foram colocados em uma piscina circular grande e tinham que encontrar uma plataforma invisível ou visível que lhes permitisse fugir da água. Para isso, utilizavam várias pistas visuais memorizadas durante as tentativas.
Os resultados sugerem que os animais podem viver sem a reelin durante o envelhecimento, mas isso os deixaria desprotegidos dos malefícios da placa beta-amiloide no decorrer da doença de Alzheimer. Nesse sentido, a proteína parece ser uma defensora crítica contra a toxicidade do acúmulo das placas.
“Aumentar a sinalização dela promoveria proteção e poderia ser um método eficiente para prevenir a doença”. Isso abre um novo caminho para a identificação de novos tipos de agentes terapêuticos que consigam melhorar a abundância
da reelin”, acreditam os autores.
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