MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO

Fazer exercícios é crucial para aprovação

Ministério e Escola Nacional de Administração Pública oferecem salário de até R$ 5,5 mil. Há 556 oportunidades de nível superior abertas

O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) e a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), órgão vinculado ao ministério, oferecem 556 vagas para pessoas com nível superior. As remunerações variam entre R$ 3.625,42 e R$ 5.596,31. No Ministério, as oportunidades são para administrador, analista técnico-administrativo (para curso superior em qualquer área de formação), arquivista, assistente social, contador, médico, arquiteto, economista, engenheiro, analista em tecnologia da informação, geógrafo e geólogo. Na Enap, há vagas para técnico de nível superior e técnico em assuntos educacionais, ambos para graduados em qualquer área.
Para o Centro-Oeste, foram reservadas 473 vagas. O edital de abertura não especifica as cidades de atuação, apenas as regiões para quais as vagas são destinadas. A prova será composta por duas fases: a primeira é objetiva, com 50 questões de conhecimentos básicos e 70 de específicos; e a segunda, discursiva, conta com uma redação, para cargos do ministério, e duas questões discursivas para cargos da Escola Nacional de Administração Pública. As provas serão aplicadas em 30 de agosto nas 26 capitais e no Distrito Federal. Os conhecimentos básicos para todos os cargos são língua portuguesa, raciocínio lógico, noções de administração pública, atualidades, noções de informática e, somente para o cargo de analista de sistema, noções de língua inglesa. Todas as questões têm o mesmo peso, e não há número definido de itens para cada matéria.
Em língua portuguesa, o que vale estudar é crase, pontuação para análise sintática, diferença entre orações adjetivas explicativas e restritivas, domínio das orações subordinadas adverbiais, tipologia textual, concordância verbal e nominal e colocação pronominal (próclise, ênclise e mesóclise), segundo o professor de português do Alub Concursos Ubiratão Alencar. “Para aprender de verdade a língua portuguesa, é preciso fazer um curso a longo prazo, de um ano mais ou menos. É crucial aliar a teoria à prática e se dedicar a exercícios.”
Professor de administração pública e ética do ConcursarDF, Paulo Alexandre Rodrigues afirma que é preciso saber diferenciar as funções do governo e da administração pública. “O primeiro é responsável por planejar e coordenar; e a administração pública, pela execução. A prova pode fazer a pegadinha de dizer que o governo é quem executa”, explica. Outra nomenclatura que o candidato deve saber diferenciar são os conceitos de ética e moral. “Ética é um ramo da filosofia, é teoria, é universal. A moral está relacionada à prática, fundamenta-se em hábitos, costumes, tradições.” Segundo Rodrigues, o candidato deve se atentar ao caráter interdisciplinar das questões, além de prestar atenção a conceitos e à aplicação prática do conteúdo.
“Não adianta ficar horas na frente do computador, tem que fazer exercícios”, ensina o professor de informática do Impacto Henrique Sobré. Para ele, os candidatos necessitam de uma hora diária realizando questões de provas para se sair bem na matéria. “O Cespe (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos) divide bem o conteúdo do edital entre as questões, mas Windows e Linux sempre acabam caindo mais”, reforça. O docente ainda chama a atenção para as versões de software, conhecimento que os candidatos precisam saber diferenciar.
Resolução de teste
Na hora da prova, tanto o professor Henrique Sobré quanto Ubiratão Alencar aconselham que o candidato comece pelo conteúdo com que tem maior afinidade. “Lembre-se de que você não tem obrigação de fazer a prova na sequência em que ela aparece: comece pela parte em que você tem mais facilidade e faça a redação por último, porque, ao longo do exame, aparecem textos que podem ajudar”, orienta Ubiratão, que recomenda estudar de seis a oito horas diárias e se preparar com o maior tempo de antecedência possível. “Se você faz muitas questões antes, na hora da prova, tem os modelos na cabeça.”
Em busca de segurança
Michelli Costa, 30 anos, trabalha em órgão público, mas ainda não é concursada e está em busca de estabilidade. “Com a economia do jeito que está e a alta taxa de desemprego, é bom procurar algo que dê mais segurança.” Estudando para concurso há três anos, ela aposta no cargo de analista técnico-administrativo. “Sou formada em saúde coletiva, e era a única posição que aceitaria meu diploma. No meu emprego, também realizo funções administrativas, então não terei problemas com a área”, acredita. “Assisto a muitas videoaulas e me identifiquei com esse método de estudos porque posso sempre voltar e rever o conteúdo. Como sou distraída, isso ajuda. Também faço exercícios dos conteúdos do edital e da banca.”
No total, ela dedica três horas diárias ao estudo e separa uma hora para poder ir à academia e relaxar. “Estou confiante em relação ao concurso, com pensamento positivo sempre.” Entre os conteúdos específicos para o cargo desejado, que são noções de direito constitucional, noções de direito administrativo, noções de administração, noções de gestão de pessoas, noções de administração de recursos materiais e noções de administração financeira e orçamentária, o último é o que mais preocupa Michelli, por falta de afinidade com o tema.
O que diz o edital
Inscrições: prorrogadas até 15 de julho, pelo site www.cespe.unb.br
Taxas: R$ 90 ou R$ 100, de acordo com o cargo
Vagas: 556, sendo 533 para o ministério e 23 para a escola
Salário: R$ 3.625,42 a R$ 5.596,31, de acordo com o cargo
Provas: 30 de agosto, todas as fases
Passe bem / Administração pública
Considerando que determinado órgão público pretenda promover a contratação de profissionais por tempo determinado, para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, a contratação poderá dar-se sem concurso público.
Comentário
A questão está correta. A Lei nº 8.475/1993 dispõe sobre contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público e, no art. 3, descreve que o recrutamento do pessoal a ser contratado, nos termos desta lei, será feito mediante processo seletivo simplificado sujeito a ampla divulgação, prescindindo de concurso público.
Questão retirada do concurso público para analista de informação do Ministério do Orçamento, Planejamento e Gestão, realizado em 2010 pelo Cespe, comentada pelo professor de administração pública Paulo Alexandre Rodrigues.
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