A presidente Dilma Rousseff assegurou, nesta quarta-feira, em Bruxelas, que o Mercosul pretende fazer uma proposta de redução tarifária à União Europeia (UE) e considerou como “prioritárias” as negociações com a Europa.
“O Brasil, melhor dito, o Mercosul, pretende fazer sua proposta e quer saber se a UE está pronta para isso”, disse Dilma ao chegar para a cúpula da UE e dos países da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC).
Os dois blocos deveriam ter apresentado propostas sobre uma redução tarifárias às exportações no ano passado, mas isso não aconteceu, e há meses as negociações parecem paralisadas.
Na quinta-feira, à margem da cúpula, os ministros das Relações Exteriores da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – os países do Mercosul que participam nestas negociações – vão se reunir com a comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmstrom.
Fontes familiarizadas com as negociações indicaram que participariam também um dos conselheiros da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, para “tentar facilitar as negociações”.
Após esta reunião está prevista uma declaração conjunta.”O Mercosul quer consolidar essa relação (com a UE), avançando nas negociações com a União Europeia. É uma prioridade da agenda externa do Mercosul e do Brasil”, garantiu Dilma na primeira sessão de trabalho desta quarta-feira com os seus colegas, de acordo com o discurso divulgado pela presidência brasileira.
“Estamos prontos para começar, ainda este ano, a troca simultânea de ofertas de acesso aos mercados, para que possamos concluir um acordo global e equilibrado em 2015”, destacou a presidente do país que detém a presidência rotativa do Mercosul.
O acordo que está sendo negociado com o Mercosul é dividido em três capítulos: diálogo político, cooperação e comércio e investimento.
Após seis anos de suspensão, as negociações foram retomadas em 2010. Desde então, a Europa entrou numa crise econômica e a dinâmica interna do comércio do Mercosul foi afetada por medidas unilaterais tomadas pelos parceiros.