Destinado a mulheres diagnosticadas com câncer de mama invasivo em estágio inicial, o Prosigna® é um teste de assinatura genética do tumor que usa o classificador molecular PAM50 para traduzir a biologia tumoral em um escore prognóstico individualizado para cada paciente.
Trata-se de uma assinatura genética única, capaz de identificar os subtipos moleculares intrínsecos, definidos como luminal A, luminal B, HER-2 enriquecido e basal-símile. O teste chegou ao Brasil no início deste mês e foi apresentado à classe médica durante o XVIII Congresso Brasileiro de Mastologia 2015, realizado de 3 a 6 de junho, em Curitiba.
“Mulheres com câncer de mama com expressão de receptores de estrogênio em fase inicial apresentam, habitualmente, um bom prognóstico. Contudo, nesta população, cerca de 50% das recorrências acontecem após cinco anos do diagnóstico. Sendo assim, o grande diferencial desse teste é o fato de ele identificar o risco de recorrência do câncer de mama em um período de 10 anos após o diagnóstico”, revela a biomédica geneticista Drª. Tânia Vulcani.
O Prosigna® é capaz de quantificar, através do classificador molecular PAM50, a expressão de 50 genes associados ao tumor, além de oito genes de referência, fornecendo um escore chamado risco de recorrência. “Uma necessidade iminente no manejo do câncer de mama com expressão de receptores de estrogênio é identificar mulheres que apresentam risco aumentado para recorrência tardia. Até muito recentemente, não havia nenhum teste validado que pudesse fornecer aos médicos e suas pacientes esta informação de extrema relevância na prática clínica. O Prosigna® chega ao mercado para ocupar esse espaço”, afirma Drª. Tânia.
Estudos clínicos atuais indicam que a hormonioterapia estendida por 10 anos deva ser o novo padrão de tratamento para pacientes com câncer de mama com expressão de receptores de estrogênio. Porém, os mesmos estudos que avaliam esta questão mostram os riscos potenciais desta estratégia de tratamento. Entre eles, destacam-se o aumento do risco de câncer de endométrio, maior incidência de tromboembolismo venoso, doença arterial coronariana, osteoporose e fraturas, além de uma elevada taxa de eventos adversos que impactam negativamente na qualidade de vida das pacientes, como disfunção sexual, ondas de calor, dores articulares e musculares. “Selecionar a paciente de alto risco, que possa potencialmente se beneficiar desta estratégia de terapia estendida é crucial, poupando as pacientes de baixo risco destes efeitos indesejáveis”, afirma a biomédica geneticista.
Os estudos de validação do Prosigna® permitiram que este teste fosse aprovado pelas agências regulatórias dos Estados Unidos (FDA) e da Europa (EMA) como ferramenta prognóstica no câncer de mama inicial. “Essa é, hoje, a plataforma mais robusta em predizer risco de recorrência tardia no câncer de mama com expressão de receptores de estrogênio em fase inicial, e agora está disponível no Brasil”, comemora Drª. Tânia.