O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, anunciou nesta terça-feira a demissão do técnico Luiz Felipe Scolari. De acordo com o dirigente, o treinador pediu para sair. A terceira passagem de Felipão pelo time gaúcho foi encerrada após reunião nesta manhã, no CT Luiz Carvalho.
O técnico deixará o clube junto do auxiliar Flávio Murtosa e do preparador físico Darlan Schneider. O auxiliar Ivo Wortmann, que chegou ao clube na companhia de Felipão, deve ser o único a permanecer. Será o comandante da equipe na partida de sábado, contra o Figueirense, sábado, em casa,
O mais cotado para assumir o Grêmio é Cristóvão Borges, ex-Fluminense. O presidente do clube, contudo, negou que já tenha algum acerto com o treinador. Celso Roth, velho conhecido dos torcedores gremistas, também foi cogitado pela imprensa local. Romildo Bolzan não estabeleceu prazo para anunciar o substituto de Felipão.
O técnico de 66 anos deixou o clube abalado pela sequência de resultados ruins e pelas dificuldades no vestiário do time. O Grêmio tropeçou nas duas primeiras rodadas do Brasileirão, perdeu para o arquirrival Internacional na final do Gauchão e não convenceu no Brasileirão e na Copa do Brasil do ano passado.
Felipão voltou ao Grêmio, time que o projetou para o sucesso mundial como treinador, no fim de julho do ano passado, menos de um mês depois do fiasco na Copa do Mundo – a trágica goleada de 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal ficou marcada na carreira do treinador. Tentando deixar a decepção para trás, o técnico chegou ao clube prometendo títulos. Mas não teve sucesso nesta empreitada.
“A história do Luiz Felipe não tem nenhum arranhão. Toda sua trajetória, seu mérito de campeão nacional, campeão gaúcho, sul-americano. Foi vice-campeão mundial. Ele continua sendo um grande treinador, um grande exemplo, um ícone, um símbolo. Tudo isso vai permanecer. Sua passagem pelo Grêmio agora não altera isso”, afirmou o presidente do Grêmio. No retorno ao clube, Felipão comandou o Grêmio em 51 jogos. Foram 26 vitórias, 12 empates e 13 derrotas.
A sequência, contudo, não foi tão decisiva para a queda do treinador quanto ao clima criado no clube. Felipão causou atritos na diretoria e entre os jogadores ao fazer críticas públicas às limitações do elenco do Grêmio no fim do ano passado e na atual temporada.
O clima ficou ainda pior no fim de semana, após a derrota por 2 a 0 para o Coritiba, fora de casa. No desembarque do time em Porto Alegre, um grupo de 50 torcedores protestou contra Felipão e os jogadores. Eles chamaram o grupo de “time sem vergonha” e “vendidos”. Alguns deles chegaram a atingir o ônibus que conduzia a delegação gremista.