Assim como o PMDB claudica no Maranhão, onde mandou e desmandou desde quando deixou de ser oposição para ser a moradia do PFL pelas mãos de José Sarney e João Alberto, seu lugar-tenente, o PT também vive hoje seu drama existencial. É inércia de cima a baixo. O partido que está há 12 anos no Palácio do Planalto, no Maranhão só chegou ao poder em 2010, carregado pelo jeitoso PMDB sarneísta.

A derrota que Flávio Dino impôs ao grupo Sarney deixou o PT do mesmo tamanho que sempre foi: meio nanico. Hoje, o secretário de Direitos Humanos, professor e jornalista Francisco Gonçalves está no governo Flávio Dino, mas não como demanda do PT, e, sim, por sua relação pessoal com o governador, e sua posição política como integrante da banda petista que não seguiu a outra, aliada dos Sarney.

Enquanto o PMDB se engalfi nha internamente quando tenta fazer oposição ao governo estadual, o PT tira o corpo fora. Como não está nem no governo nem na oposição, o partido sofre as consequências dessa situação indigesta. E não é apenas no âmbito estadual. Também no federal, o partido da presidente Dilma não consegue sequer emplacar seus fi liados nos cargos federais do Maranhão.

Pior é o que vem por aí. Para 2016, por coincidência, nem o PT nem o PMDB dispõem de nomes eleitoralmente fortes para disputar, por exemplo, as prefeituras de São Luís, Imperatriz, Caxias, São José de Ribamar e Timon. Talvez tenha razão o deputado federal do PSOL, Marcelo Freixo. Segundo ele, o PT paga por seus próprios erros; um deles, ter buscado a governabilidade a qualquer preço. “Nessa lógica de governabilidade, assim como o Fernando Henrique Cardoso teve o ACM, o PT foi buscar o Sarney, e se mantém na estabilidade da inércia, acuado pelo PMDB”.