Caetano Veloso está se despedindo de um projeto, iniciado em 2006, com base na sonoridade indie, que resultou em três discos, incontáveis shows, lhe conferiu alguns prêmios e marcou a vitoriosa trajetória artística de cinco décadas. Nos últimos nove anos, acompanhado pela Banda Cê, formada pelos jovens músicos Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado, o tropicalista lançou os álbuns Cê, Zie e Zie e Abraçaço — todos registrados também em DVD.
Nesse novo ciclo da carreira do cantor e compositor baiano, Abraçaço é o trabalho que obteve maior popularidade. O CD ficou em 54º lugar no ranking das vendas em 2013 no Brasil, mas conquistou o Grammy Latino, no mesmo ano, de melhor álbum de compositor. O espetáculo passou por 86 cidades no Brasil e no exterior.
Em Brasília, Abraçaço foi visto, em 5 de julho de 2013, no antigo Ópera Hall. De volta à capital, vai ser reapresentado neste sábado (9/5), às 22h, no Auditório Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Basicamente é o mesmo show que estreou há três anos no Circo Voador, no Rio de Janeiro, embora tenha recebido pequenos acréscimos no repertório, depois da gravação do DVD no ano passado. Um deles é a canção Gayana, de Rogério Duarte, artista multimídia e um dos artífices da Tropicália, que na letra fala do amor entre iguais.
“Abraçaço foi um disco que me surpreendeu e intrigou. Recebo com alegria as reações positivas que ele provoca, mas sigo pensando que não o conheço direito. Ou não o entendo. Quando fizemos o show de lançamento, no Circo Voador, a intimidade da plateia com as novas canções me comoveu. Eu próprio não sabia quase nada de seus possíveis encantos…”, escreve Caetano no texto de apresentação do DVD do show.