BAGUNÇA PARTIDÁRIA

A onda é fundir

As fusões em curso podem ser o começo de uma desarrumação no sistema partidário brasileiro

Com as eleições municipais distantes 17 meses e a reforma política transformada num parto complicado no Congresso Nacional, a onda gora é fusão de partidos, independentemente do pensamento ideológico escrito apenas para cumprir regra, no programa de cada um. O que os líderes querem é hegemonizar ações, dar uma lustrada no perfi l e prepararem-se para as mudanças que podem vir com a reforma política. Mesmo que seja fatiada, como tem sido a regra mais recente no Congresso.
As fusões em curso podem ser o começo de uma desarrumação no sistema partidário brasileiro. O PPS de Eliziane Gama e o PSB de Roberto Rocha e Zé Reinaldo largaram na frente, fundindo-se. Quebraram a expectativa de que o PPS se somaria ao PP do deputado Waldir Maranhão. A fusão defi nida quartafeira acaba com o PPS, que um dia foi PCB e agora sumiu na fusão. Essas mudanças trazem benefício, vão reduzir o número de siglas com representação, mas que acabam servindo para negociatas ou para carregar o peão dos grandes.
Os dois partidos estão na oposição, mas operando com força auxiliar do PSDB. A fusão os fez se irmanar em Pernambuco. O PSB fi cou órfão de Eduardo Campos e agora terá a sustança do PPS de Roberto Freire, que deve ser o manda-chuva – se Marina Silva desarmar o acampamento. Falta o acerto da fusão do DEM com o PTB, que passa a ser presidida pela deputada Cristiane Brasil, fi lha de Roberto Jefferson. O que vai sair dessa engrenagem só o tempo dirá. Assim também é imprevisível o resultado da fusão do PSD com o recriado PL, que, se efetivada, vai fortalecer a sigla do ministro Gilberto Kassab.
E mais: Marina Silva não desistiu de registrar a sua Rede Solidariedade, de olho na bancada de deputados do PV, que tem Sarney Filhocomo líder, e o que sobrar do PSB. Na Câmara, são 513 deputados distribuídos em 28 partidos, tornando-se um verdadeiro quebra-cabeça o gerenciamento de tantas siglas e blocos na Casa. No Maranhão, ao contrário, dos 42 deputados da Assembleia Legislativa, existem 19 partidos presentes, num intrincado jogo de interesses.
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