O PMDB maranhense, que tem dois senadores, dois deputados federais, quatro estaduais e a maioria dos prefeitos, não demonstra ansiedade a debandada de seus quadros. Acha prática pontual de algumas figuras de peso político, como Luís Fernando, Gastão Vieira e lideranças municipais de Santa Inês. Eles buscam sobrevivência na transição complicada do terremoto de 2014. O deputado Roberto Rocha, presidente municipal do partido em São Luís, continua na postura de “oposição com responsabilidade” em relação ao governo Flávio Dino, a mesma de Max Barros e Nina Melo.
O que nem o PMDB estadual, presidido pelo senador João Alberto, sabe é como se comportará Roseana Sarney, com a influência que tem sobre a sigla. Ela retornou dos Estados Unidos para o aniversário de 85 anos do pai e vai ficar, de vez, em São Luís, acompanhando o que se passa nos partidos, sobre as eleições de 2016 e no governo Flávio Dino, em relação a sua administração, encerrada em dezembro, constantemente acusada de irregularidades.
Roseana está sem mandato, mas não está sem política. Ela é a voz que o PMDB e arredores ouvem, inclusive o senador José Sarney, que permanece domiciliado politicamente no Amapá, mas com base no Maranhão. Se a ex-governadora pretende disputar a eleição de prefeito de São Luís, é um mistério, como mistério foi ela disputar o Senado em 2014, até não viabilizar o projeto Luís Fernando. Depois, usou a mesma estratégia do “ainda não sei” para renunciar ao governo a poucos dias de acabar.
Como as eleições municipais do próximo ano ainda dependem até de mudanças pontuais do Congresso, ninguém, com experiência política, seria capaz de se lançar com tanta antecedência num projeto de candidatura agora. O PMDB, portanto, sabe que disputar a prefeitura da capital, onde sempre fracassou com o governo na mão, não é tarefa fácil, agora, lançar qualquer nome contra o governo Dino e contra o prefeito Edivaldo Júnior, apoiado pelas poderosas garras dos Leões, guardiões do palácio principal da Praça Pedro II.