Assim como os fundamentos do jackismo foram para o túmulo com o médico e ex-governador Jackson Lago, que já sentia a falta do brizolismo quando partiu, também o sarneísmo virou pó nesse começo de governo fl avista. A ação predatória do PSDB sobre o PMDB sarneísta, com apoio explícito de Flávio Dino (PCdoB), é a demonstração inequívoca de que a história política terá farto material a ser destrinchado nos próximos anos sobre o que se passa hoje no Maranhão.
A debandada do PMDB, comandada por Luís Fernando Silva, ex-quase candidato a governador de Roseana Sarney ao governo em 2014, e Gastão Vieira, um dos políticos mais próximos dos Sarney, está abrindo dois atalhos para ambos se aproximarem do governo do PCdoB. Luís Fernando foi recebido no PSDB com pompas e festança, presenciada por um Flávio Dino todo cheio de entusiasmo, ao lado do vice, Carlos Brandão, tucano-mor no estado.
Os fatos, portanto, estão demonstrando, com clareza do amanhecer, que a união entre o PSDB e o PCdoB no Maranhão, que alimentou especulações de natureza diversa, não foi apenas um simples somar de minutos no tempo de TV no horário eleitoral da campanha de Flávio Dino. A coligação continua – contrariando todas as expectativas – a esboçar robusta força entre os dois partidos que, no Maranhão, tangencia até a lógica mais pedante da política.
Agora, é esperar o que ainda está por vir. Luís Fernando virou tucano com a mesma facilidade que Gastão Vieira ganhou o comando do PROS, causando baixas no PMDB e abrindo caminhos que os levam ao Palácio dos Leões, sem qualquer sentimento de culpa. As eleições de 2016 estão se aproximando, o que, obviamente, sinaliza que mais peemedebistas podem seguir a trilha migratória. Afi nal, porteira que passa um boi passa uma boiada, dependendo do tempo e da paciência do boiadeiro.