Maranhenses se mobilizam para ajudar comunidades durante a crise do coronavírus
Em São Luís e cidades do interior do estado, representantes comunitários reúnem recursos para doar cestas básicas e confeccionar máscaras
A solidariedade em meio à crise causada pelo novo coronavírus no Maranhão, que já atingiu 26.145 infectados em todo o estado, tem mudado o dia a dia de famílias humildes, afetadas diretamente pela pandemia. Através de doações e vaquinhas virtuais, cestas básicas são adquiridas e máscaras confeccionadas por donas de casa em São Luís e cidades do interior, para atender pessoas que passam necessidade nesse momento.
Uma corrente do bem, que se estende em diferentes regiões e muda as prioridades de muitos maranhenses. Um exemplo, é que a mobilização para ajudar quem precisa durante a pandemia, tem sido outra frente que a Nadir Cruz, coordenadora do grupo de Bumba Meu Boi da Floresta, tem adotado nos últimos meses. Ela montou um grupo de seis costureiras da comunidade que abrange a região do bairro Liberdade, em São Luís, para produção de máscaras feitas com a ajuda de um empresário. Além de serem pagas para a produção, cerca de 1.500 máscaras foram doadas para a comunidade e ainda há uma parte em produção.
Seguindo as ações para minimizar os efeitos negativos da crise atual, 175 cestas básicas e kits de higiene pessoal também foram distribuídas aos moradores com necessidades, indicados por diferentes grupos culturais e em parceria com o Boi de Leonardo, para que fossem rastreados os que mais precisam, na região da Liberdade, Camboa e Fé em Deus. Para essa ação, Nadir contou com o apoio da Central Única das Favelas (CUFA), que disponibilizou as cestas e também tem auxiliado com o “Projeto Mães de Favela”, que repassa para chefes de família, um valor para compra itens básicos e de primeira necessidade.
“Nós aqui do Boi da Floresta temos trabalhado bastante durante a pandemia para diminuir os impactos que tem causado na nossa população, principalmente na área dos bairros Liberdade, Camboa, Brasília e Fé em Deus”, acrescenta Nadir.
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As cestas básicas também tem sido o foco do trabalho de Ana Cláudia Oliveira, presidente da associação de moradores, que tem ajudado desempregados e pessoas carentes da comunidade Nova Vida na cidade de Bom Jesus das Selvas. Foram 19 cestas entregues até agora na comunidade, adquiridas com a ajuda de doações.
“É maravilhoso, me sinto com o dever cumprido em poder ajudar o próximo. Sempre fiz isso, trabalhei três anos como voluntária, tentando melhorar a comunidade”, pontua Ana Oliveira.
O engajamento em ações voluntárias para ajudar pessoas em situação vulnerável nesse período de coronavírus, tem sido um arrimo para famílias na área Itaqui-Bacanga na capital, que abrange cerca de 72 comunidades. A mobilização feita pela Associação Comunitária Itaqui-Bacanga (ACIB), começou em março e as entregas são feitas quase que diariamente, desde o início do mês de abril. Até agora, já foram doadas aproximadamente 8.000 cestas básicas para famílias dessa populosa região em São Luís. Os produtos doados são itens básicos como: arroz, feijão, óleo, café, açúcar, farinha entre outros. Tudo comprado com recursos coletados através de mobilização nas redes sociais, vaquinha virtual e ajuda de algumas instituições.
“As coisas aconteceram muito rápido, de repente as pessoas tiveram que ficar em casa, muitos perderam o emprego e as dificuldades foram se agravando cada dia mais. Pegamos nossa rede de contatos com as empresas do Porto do Itaqui, algumas abraçaram a causa e nos doaram cestas básicas, mobilizamos nosso quadro de voluntários e estamos indo de casa em casa nos bairros mais vulneráveis da área Itaqui-Bacanga”, acrescenta o presidente da ACIB, Ivan Júnior Santiago.
Paralelo a entrega de cestas básicas, na área Itaqui Bacanga a associação em parceria com o Clube de Mães da Vila Verde, estão produzindo 10 mil máscaras que já estão sendo distribuídas em locais com grandes aglomerações, para feirantes e entre as crianças, ampliando a rede solidária. Assim como, também tem sido feito na cidade de Açailândia, pela Associação de Mulheres Educadores (AME), que já produziu 1.500 máscaras com material doado por moradores da cidade e que já foram distribuídas na comunidade Vila Ildemar. “A nossa produção começou logo que foi anunciado a contaminação comunitária, o período de quarentena e a necessidade de usar máscaras. A associação tem 20 mulheres e nós fomos recebendo as doações de material no domicílio das voluntárias e fomos produzindo e entregando na própria comunidade”, enfatiza Ivonete Pereira, tesoureira da AME.
Essas são só algumas das diversas formas de ajudar a quem precisa durante a pandemia no Maranhão.
Para doações a Associação Comunitária Itaqui-Bacanga disponibiliza as seguintes contas bancárias:
Associação Comunitária Itaqui-Bacanga
Bradesco
Agencia 1024-5
CC 5282-5
Banco do Brasil
Agência: 2972-6
CC: 19599-5
CNPJ: 06.140.470/0001-37