A farmacêutica suíça Roche Holsing AG, lançou o teste de anticorpos projetado exclusivamente para identificar anticorpos maduros (alta afinidade) desenvolvidos no final da resposta imune, reduzindo significativamente a chance de um resultado falso positivo. Ele fornece 99,8% de especificidade, o que é maior que os testes de anticorpos disponíveis até então. Essa especificidade é crucial para determinar com segurança se uma pessoa foi exposta ao vírus e desenvolveu anticorpos. 

A empresa está disponibilizando testes de detecção de anticorpos para coronavírus em mais de 20 laboratórios comerciais e hospitalares nos Estados Unidos, que prometem ser extremamente eficazes. O anúncio foi feito nesta terça-feira (19). A intenção é ampliar nas próximas semanas e aumentar para mais de 200 centros comerciais e hospitais, com a capacidade de realizar milhões de testes por semana. 

Testes de anticorpos – que verificam no sangue as proteínas produzidas pelo sistema imunológico de nossos corpos para combater infecções – foram identificados por vários países como chave para combater a disseminação do vírus e diminuir os bloqueios.

Após testes independentes da Public Health England, os testes da Roche foram altamente específicos e precisos, tornando-se o primeiro teste de anticorpos contra o coronavírus aprovado no Reino Unido. Um segundo teste, da Abbott Laboratories, também foi aprovado no Reino Unido. Ambos também têm aprovação para uso da Food and Drug Administration dos EUA.

Testes com menor especificidade e sensibilidade podem levar a um alto número de casos mal identificados em uma população. Um resultado falso positivo pode colocar um paciente em risco, indicando que ele possui anticorpos quando não o possui.

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Como funciona o teste com anticorpos?

Ao contrário dos testes de swab, que indicam se uma pessoa tem coronavírus no momento em que foram testados, os de anticorpos baseados no sangue podem mostrar se alguém já foi ou não infectado.

O teste da Roche e outros semelhantes dependem de uma máquina para identificar a presença de anticorpos contra o vírus que causa a Covid-19 em amostras de sangue. Identifica anticorpos pelo menos 14 dias após a infecção. E o teste é específico para essa cepa de coronavírus – portanto, não será confundido com anticorpos para outros vírus, como o resfriado comum.

O uso generalizado desses testes informará aos governos qual a proporção da população que foi testada positivo para o novo coronavírus e vai ajudar a entender melhor como ele se espalhou.

Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou contra o uso dos resultados de testes de diagnóstico para ” passaportes de imunidade” que permitiriam às pessoas viajar ou voltar ao trabalho. A OMS está preocupada com a precisão de alguns testes disponíveis e ressalta que ainda há muita incerteza quanto ao grau de proteção que a infecção passada oferece.

Pessoas que assumem que estão imunes a uma segunda infecção porque receberam um resultado positivo podem acabar ignorando os conselhos de saúde pública, diz o documento.

Também existe a preocupação de que esses passaportes de imunidade possam levar à discriminação, criando uma divisão na sociedade, com, por exemplo, empregadores a favor daqueles que poderiam provar uma infecção anterior .