“Empresas precisam ser humanas no mundo digital”, defende especialista
Nesta terça, Fernando Coelho lança seu quarto livro, em evento no Shopping da Ilha. “A sua marc@ no Digital”, da editora Laboro, trata dos desafios de adaptação das empresas ao universo hiperconectado
Fernando Coelho é um inquieto estudioso e pesquisador do marketing. Dá palestras, faz consultorias, escreve livros e oferece dicas sobre o assunto no mundo digital e está sempre antenado ao mercado – maranhense e outros. Ele pertence a uma geração “conectada” e ocupa parte da sua rotina e identificar as boas práticas do relacionamento com o cliente e da compreensão do empresariado sobre o mercado o momento transformador que se vive hoje.
Nesta terça, Fernando lança seu quarto livro, em evento no Shopping da Ilha. “A sua marc@ no Digital”, da editora Laboro, trata dos desafios de adaptação das empresas ao universo hiperconectado. “Apresento muitas provocações e reflexões sobre a vida das marcas, a marca na vida das pessoas e como a transformação digital impacta as pessoas e as marcas”, comenta.
Para o lançamento haverá um talk sobre mercado com profissionais locais. São eles Otto Mendes, Diretor da Post Machine; Janayna Fernanda, profissional de endomarketing no Grupo Equatorial Energia; e Pedro Henrique Freire, jornalista e empresário, fundador da marca de vestuário Santê e atual diretor de Negócios Digitais do Grupo O Imparcial.
LIVROS
“A sua marc@ no Digital” é o quarto livro de Fernando Coelho. Os livros todos que escrevam são baseados em ciências sociais e praticas de marketing, mas com uma linguagem totalmente acessível e prática. São eles: Insights de Marketing, Mobile Marketing e Netnografia.
“É o segundo livro físico que lanço, mas também tenho dois outros e-books licenciados na Biblioteca Nacional. A idéia é sempre ajudar o mercado a ser a sua melhor versão, tanto que, também ministro palestras para diversos clientes no mercado norte-nordeste falando sobre como criar boas experiências para os clientes, seja no on line ou no off line”, explica.
Abaixo, confira a entrevista que O Imparcial fez com o especialista.
Fundamentalmente, do que trata seu novo livro?
Este livro não é apenas sobre marketing, é sobre pessoas, ideias, gestão e inovação. No livro apresento muitas provocações e reflexões sobre a vida das marcas, a marca na vida das pessoas e como a transformação digital impacta as pessoas e as marcas. Reuni no meu novo livro ideias sobre marketing, branding digital e cibercultura baseado em pesquisas, estudos e vivências práticas no mercado. Ouso dizer que este livro fará o leitor repensar a forma como algumas empresas estão fazendo marketing digital. Ele é recomendado para diretores, gestores e analistas de comunicação e marketing, mas também, pode e deve ser lido por empreendedores, alunos de graduação, alunos de MBA’s e simpatizantes do marketing digital. Busquei estabelecer uma leitura descomplicada e sem o famoso tecnicismo da área, para que todos possam navegar e degustar entre as páginas e idéias.
Com base nos seus contatos com empresários em consultorias e palestras, é possível dizer que eles (e os seus negócios) estão adaptados ao mundo digital?
Muitas empresas sim, outras infelizmente não. Para você ter uma noção, de acordo com um estudo publicado pela Smart Insights Managing Digital Marketing, 30% das empresas em todo mundo estão adaptando os seus negócios para o novo contexto que a sociedade vivencia e 33% pretendem iniciar essa adequação ainda em 2018. Como publicitário e consultor vejo muitas empresas pensando apenas em conteúdo e posts esteticamente trabalhados, porém, não dedicam tempo para proporcionar relacionamento e experiência. Hoje o cliente, internauta e audiência querem ser visto e percebido. Se a marca não se relacionar com o seu público de forma assertiva, o perderá para a concorrência. Relacionamento digital também precisa ser humanizado.
No mundo digital uma falha da marca pode atingir gravemente sua reputação ou mesmo acabar com negócios. Por que isso acontece?
Isso ainda acontece por dois motivos básicos. O primeiro é que alguns empreendedores não perceberam que com a transformação digital, o cliente tem o poder na mão. A mídia hoje é transversalizada. Falo no meu primeiro livro que com a mídias digitais as marcas estão nuas. Agora reforço esse conceito. O cliente está mobile, hiperconectado e mais empoderado. O segundo fator é que os empreendedores também, na maioria da vezes, principalmente pequenos e médios negócios, não realizam planejamento de imagem e comunicação estratégico. Imagem é reputação e reputação é construção permanente, no on e no off.
Se relacionar com o público no mundo digital é um desafio, sobretudo para negócios tradicionais. Quais regras básicas para uma marca ir bem nesse ambiente?
No meu livro digo que uma das saídas para as empresas que estão presentes no ambiente digital, é transformar a sua comunicação, criando ações mais atrativas, humanas e conversadas. A relação do cliente com a marca deve ser conversada. As marcas devem atrair o consumidor com conteúdos que, além de relevante, tenham significado para o cliente, neste contexto, algumas atitudes dos gestores de comunicação digital são indispensáveis. É fundamental conhecer o consumidor, se relacionar e interagir sempre, participar das comunidades e redes, pensar em conteúdos que tenham relação com a vida do cliente e ser relevante. Relevância é a palavra de ordem no digital. Entenda relevância como algo que tenha importância e significado na vida do cliente. O empreendedor deve ter em mente que primeiro se relaciona, a venda é consequência.
A experiência do atendimento digital pode substituir o físico à altura, principalmente nas organizações mais tradicionais, que dedicam sua vida a pontos de venda físicos?
Então, excelente pergunta! Hoje temos a nossa disposição atendimento a base de big datas, inteligência artificial e bots (robôs). Inclusive, muitas das profissões que conhecemos hoje até 2030 serão exercidas por robôs, porém, uma frase que sempre falo em consultorias, no trabalho e em sala de aula é que “quanto mais digital for uma marca, mas humana ela precisa se comportar”. O cliente hoje quer experiências, muitas poderão ser dadas por inteligência digital, mas o humano continuará com seu espaço. Existe uma marca masculina de roupa prêmios que ao fazer as suas entregas via e-commerce, sempre envia bilhetes e cartinhas para os clientes, isso é experiência e foi pensada por um ser humano. Os profissionais e gestores precisam pensar hibridamente – ou seja, pensar digital e entregar experiências humanas.