SÃO LUÍS

Comida de rua: renda para quem vende, alimentação barata para quem precisa

Comer nas barraquinhas de espetinho é uma saída para quem quer fugir dos altos preços de restaurantes e lanchonetes

Quem precisa comer na rua todos os dias sabe o quanto isso pode pesar no bolso no final do mês. Estudantes e trabalhadores se ajustam como podem para garantir que o orçamento não fique tão apertado por conta disso. E uma das opções é recorrer aos espetinhos espalhados pelas calçadas de São Luís.

Em barraquinhas ou food trucks, esse tipo de refeição tem ganhado muitos adeptos, além de ter se tornado uma importante fonte de renda para diversas famílias maranhenses. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Maranhão é um dos estados com maior número de trabalhadores informais, com uma taxa em torno de 50% no setor privado.

Vanessa Queiroz, por exemplo, nunca trabalhou de carteira assinada. Ela sempre investiu em venda de rua. Há um mês trocou o carrinho de churros pelos espetinhos em frente a uma faculdade no bairro Renascença. “Vendo por dia uma média de 100 espetinhos, cada um a R$ 10. Meu maior público é o de estudantes, que precisam de uma alimentação rápida e barata”, conta.

Vanessa Queiroz sempre investiu em venda de rua

E o melhor de tudo é que os ambulantes já aceitam cartão de crédito. Uma segurança para quem vende e facilidade para quem compra. “Agora é bem prático, até vendedor de bombom pode ter uma máquina. E como aqui é aberto, estamos muito expostos. Vendendo no cartão, o dinheiro fica seguro”, continua Vanessa.

A estudante de Direito, Denise Moraes, precisa almoçar nas barraquinhas toda semana. Depois das aulas, ela corre para o estágio, o que não a deixa com tempo de ir em casa. “Quando não consigo trazer a comida, recorro ao espetinho. Acredito que por mês isso me custe uns R$ 150. Mas se fosse comer em restaurante, o valor ia ser muito maior”.

De acordo com a também ambulante Alice Rodrigues, que vende churrasquinho há três anos em frente a instituição de ensino superior, muitos de seus clientes são alunos que vieram do interior para estudar em São Luís. “Como o custo para se manterem aqui é muito alto, eles não conseguem comprar comida dentro da universidade, porque custa em torno de R$ 36 o quilo. E aqui eles encontram uma comida de qualidade e barata”.

Alice Rodrigues vende churrasquinho há três anos

Para garantir os clientes, os ambulantes investem também em mimos. Tem quem ofereça de graça alguma sobremesa, como brigadeiro, ou um copo de refrigerante. Outros recorrem ao cartão fidelidade, que dá direito a descontos ou outro benefício, dependendo do lugar. Opções simples, que fazem a diferença na vida de quem vende e de quem compra.

 

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