Recorde de empresas no Maranhão
Em entrevista ao O Imparcial, Sérgio Sombra, presidente da Jucema, destaca as ações que contribuem para o crescimento da constituição de empresas no Maranhão.

Sérgio Sombra
O presidente da Junta Comercial do Maranhão (Jucema) fala sobre os resultados divulgados pelo órgão no relatório estatístico do mês de janeiro de 2017. Os dados evidenciam um crescimento de 13,7% da constituição de empresas no primeiro mês do ano em relação ao mesmo período de 2016 e revela ainda um recorde do período nos últimos sete anos.
Sérgio Sombra destaca as ações que contribuíram para esse resultado e como a Jucema vem articulando parcerias para incentivar um ambiente de negócios mais favorável para os empreendedores e aborda as prioridades da instituição e os desafios para os próximos meses.
O Imparcial – O Brasil passa por uma crise política e econômica e as projeções dos especialistas para 2017 ainda não são positivas. Como o senhor avalia o crescimento recorde de abertura de empresas no Maranhão nesse cenário, especialmente nesse primeiro mês do ano, sendo que isso não acontecia desde 2010?
Sérgio Sombra – Não há como negar que estamos vivendo uma crise que dificulta muito a vida dos cidadãos brasileiros e dos empreendedores em geral. Mas acredito que a crise, embora seja muito dura, também abre um caminho para que a população adote novas culturas, hábitos e soluções mais eficientes. O trabalho que o Governo do Estado vem realizando por meio da Jucema e de outros órgãos estratégicos para os negócios são fundamentais para estimular o empreendedorismo. A partir de um conjunto de elementos favoráveis que envolvem desburocratização, incentivos do governo e simplificação dos procedimentos para quem quer empreender, a crise pode ser como um catalizador de oportunidades e de novos comportamentos. O recorde divulgado pelo relatório de janeiro da Jucema revela exatamente isso.
Quantas empresas foram abertas no primeiro mês de 2017. Isso inclui os Microempreendedores Individuais (MEIs)?
O relatório estatístico contabilizou 2.589 novos negócios, incluindo o Microempreendedor Individual (MEI). Em comparação aos 2.277 empreendimentos constituídos em janeiro de 2016, o valor contabilizado em 2017 apresentou um aumento de 13,7%. Analisando os últimos anos, a marca atingida superou, também, todos os números registrados no período a partir de 2010. Os dados da Jucema apontam que a maior fatia de constituições está representada pelos MEIs, equivalendo à abertura de 1.801 negócios. Segundo o relatório, a segunda maior aber
tura foi de microempresas com 661 empreendimentos, seguida de empresas de pequeno porte e finalizando com a de porte normal.
Com está a expansão do projeto Empresa Fácil no Maranhão?
Implantamos o sistema Empresa Fácil em meados de 2015 para atender a exigência da Lei 11.598/2007 que permite que o cidadão abra ou regularize o seu negócio de forma simplificada e sem burocracia. A partir daí, a Jucema vem desenvolvendo um trabalho sistemático para integrar todos os órgãos envolvidos no Registro Mercantil e tornar o Empresa Fácil um portal único para abertura de empresas não apenas na capital, mas em todos os municípios maranhenses. Ao longo desse tempo, avançamos muito e conseguimos integrar 102 municípios ao sistema. Um resultado muito positivo que nos rende a sexta colocação no ranking nacional da Receita Federal, instituição que monitora a implantação da Redesim em todo o país.
E é muito importante reforçar que esses são resultados nunca antes alcançados no Maranhão e que só foi possível porque recebeu apoio integral do Governador Flávio Dino. Ele entendeu e acreditou que esse sistema gerenciado pela Jucema é mais uma ferramenta para proporcionar o desenvolvimento do Estado.
O Brasil é considerado um dos países mais difíceis para se abrir uma empresa, com muitos dias para tirar todas as licenças. Essa realidade que se aplica ao Maranhão.
Apesar de essa ser uma realidade na maioria do País, o Maranhão é uma exceção. Hoje, o prazo para abrir uma empresa aqui é de no máximo 48 horas, pois os órgãos estão integrados ao sistema Empresa Fácil e todos os procedimentos que devem cumpridos para se abrir uma empresa estão unificados, ou seja, as diversas fases são feitas num cadastro único, por meio de um portal, e isso acelera a formalização. Utilizamos a tecnologia para melhorar o ambiente de negócios, alcançando patamares que deixam para trás a lentidão, o atraso e a burocracia.
Que outras ações da Jucema o senhor destacaria como fundamentais nesse resultado revelado pelo relatório?
Todas as ações da Jucema têm sido articuladas sobre pilares múltiplos. O primeiro e o principal deles é desfazer essas amarras burocráticas que empreendedor tem que enfrentar na hora que pretende abrir, alterar ou encerrar o seu negócio e isso, como já falamos anteriormente, tem sido alcançado como muito êxito por meio do Empresa Fácil. Mas esse pilar não é suficiente para incentivar o empreendedorismo, você tem outros elementos como a rapidez no atendimento, no julgamento de processos, a modernização dos serviços, capacitação dos servidores e internalização por toda equipe de que a Junta Comercial precisa extrapolar a concepção de órgão público burocrático para ser um órgão parceiro do empresário, independente do porte do negócios ou do segmento. A gente acredita que oferecer um ambiente saudável para os empreendedores requer uma combinação de todos esses elementos juntamente com outras esferas que precisam estar alinhadas com o mesmo foco: tornar o Maranhão um estado empreendedor.
O senhor falou da importância de outras esferas nesse processo. Quais são elas?
Nesse processo de desburocratização do ambiente de negócios há um trabalho específico da Jucema, mas há também órgãos e fatores externos extremamente cruciais para que o Maranhão dê um salto ainda maior. Um deles é contar com um governo estadual que é parceiro do empreendedor e isso torna o nosso solo fértil para os negócios. Por meio de diversos programas como o Mais Empregos, Mais Empresas, Mais IDH, Mais Produção, o Governo do Estado tem, a cada dia, tornado tanto a capital como os municípios maranhenses mais convidativos para se fazer negócios. Além disso, contamos também com a parceria das prefeituras em todas as esferas que envolvem o registro de empresas, o Sebrae Maranhão e entidades de classe que apoiam esses projetos.
De que forma a Jucema tem trabalhado para se tornar um órgão parceiro do empreendedor?
Diversas ações estão sendo realizadas com esse propósito. Uma delas é a Caravana do Empreender, iniciativa realizada nos bairros da capital e, em breve, nos municípios maranhenses. O objetivo é levar orientação e estimular os maranhenses a desenvolverem o empreendedorismo de forma legalizada. Outra iniciativa são as palestras e treinamentos para empresários, em especial os contadores, para esclarecer dúvidas, ouvir demandas e compartilhar melhorias do órgão. Essa é uma das estratégias que adotamos para, de maneira planejada e imediata, viabilizar a consolidação de uma Junta Comercial mais transparente, ágil e próxima dos clientes.
Outro projeto que torna o Registro Mercantil cada vez mais acessível são as unidades descentralizadas, os Escritórios Regionais e a expansão dos postos avançados no interior do Estado.
Quais são desafios da Jucema para o ano de 2017?
A desburocratização é o nosso desafio permanente e já estamos trabalhando intensivamente para enfrentá-lo com êxito em 2017. Nosso objetivo é dar condições claras e objetivas para que o empresariado tenha mais agilidade, mais condições para desenvolver o seu trabalho. Isso será feito através da continuidade na implantação do Empresa Fácil, das novas edições da Caravana do Empreender, do avanço nas obras de reforma do prédio que abrigará a nossa sede, cuja conclusão dará mais conforto e comodidade para nosso servidores e clientes, da instalação de novos postos avançados e da continuidade das palestras e visitas técnicas para otimizar os serviços prestados pela Junta Comercial. São ações prioritárias que já estão em curso e nos darão resultados ainda mais positivos.