De acordo com a pesquisa de intenção de consumo para Dia das Crianças 2016, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA), 66,1% dos ludovicenses pretendem comprar algum produto para presentear em função da data, o que representa uma redução de 6,51% em relação a 2015. O estudo, que este ano contou com a parceria do Sebrae Maranhão, demonstrou ainda que 29,3% dos consumidores não irão comprar nenhum produto, revelando um aumento de 10,57% em relação ao ano passado.

Ao analisar o perfil do consumidor para a data comemorativa a partir de suas preferências por produtos, gastos e locais de compra, os dados servem como auxílio para a tomada de decisões e planejamento estratégico dos empresários do comércio. Para a Fecomércio-MA, a análise sugere que o atual cenário econômico está sendo visto pelos consumidores como um momento de contenção de gastos e propício para a renegociação de dívidas e consequente redução do seu nível de endividamento, o que explicaria a redução das expectativas com relação ao consumo para esta data festiva.

“A conjuntura econômica atual demonstra que, apesar da menor intenção de consumo, as pessoas estão preocupadas em equilibrar o orçamento e isso é positivo em uma análise em longo prazo. Esse é o momento em que as pessoas buscam quitar suas dívidas antigas e se organizam financeiramente para o final do ano, e isso é favorável para a economia”, explicou o presidente em exercício da Federação do Comércio do Maranhão, Marcelino Ramos Araújo.

De modo geral, apesar da piora no cenário econômico da capital, o Dia das Crianças ainda desenha um momento favorável revelando que dois a cada três consumidores pretendem ir às compras nesse período. Entre os que estão mais predispostos ao consumo, estão os que possuem mais de 36 anos (73,1%), aqueles com rendimentos mensais superiores a 6 salários mínimos (77,6%) e ensino superior (69,1%).

Segundo o levantamento, entre os consumidores com intenção de consumo, 37% apresentaram interesse em adquirir apenas um produto, 38,6% dos entrevistados demonstraram interesse em comprar até dois produtos, 15,0% afirmaram que irão comprar até três produtos. Em relação a 2015, verifica-se redução de 10,63% de intenção de compra de um produto e aumento de 20,63% para aqueles que desejam comprar até dois produtos.

Entre os produtos preferidos deste ano, a lista dos presentes é liderada por brinquedos com 57,3% de intenção de consumo e artigos de vestuário com 26,2%. Estes dois tipos de produtos registraram, respectivamente, queda de 6,68% e 17,87% nas intenções de compra em relação ao ano passado. Também compõem a lista de preferência dos consumidores neste ano os sapatos, tênis, sandálias e cintos com 6,4%, aparelho de som com 3,2%, celular com 2,7%, vídeo game (2,6%) livros (2,4%), aparelho de DVD (1,8%) e bicicleta (1,7%).

Para o consultor econômico da Fecomércio-MA, Eduardo Campos, mesmo com a redução de intenção de consumo, o resultado desenha um cenário positivo para que o consumo volte ao patamar de crescimento no fim de 2016 e vá ganhando força ao longo de 2017.

“Podemos destacar que houve uma melhora no Índice de Confiança do Empresário do Comércio durante o mês de agosto em 2,68% comparando a julho. Isso indica a compreensão positiva do empresário sobre esta decisão do consumidor de trocar as expectativas de consumo atuais por expectativas de consumo no futuro, visando à redução do seu endividamento e possibilitando o aumento da sua capacidade em realizar compras nos próximos meses”, analisa o consultor econômico da Fecomércio, Eduardo Campos.

Em relação à renda dos consumidores, observa-se uma maior preferência por artigos de vestuário principalmente por faixas de renda inferiores a três salários mínimos, indicando que produtos com valor mais baixo garantem a possibilidade de compra de mais artigos. Os brinquedos possuem a maior relevância entre as famílias com renda familiar mensal de 3 a 6 salários mínimos com 65,8% na intenção de consumo.

A pesquisa também revelou que 31,2% dos consumidores deverão comprar presentes para meninos e 29,3% afirmam que irão adquirir produtos para meninas, enquanto 39,6% deverão comprar itens para ambos os sexos. Já em relação ao parentesco do consumidor com o presenteado, 34,4% disseram que o presente é para o filho, 26,6% para o neto, 24,8% para o sobrinho, 5,7% para afilhado e 1,4% para enteado. Já 7,1% dos consumidores apontaram outras relações de parentesco não especificadas.

Para esse ano a média do valor do presente foi calculada em 95 reais, enquanto a média do valor total da compra, considerando os gastos com a comemoração e aqueles que irão comprar mais de um produto, foi calculado em 183 reais. Em relação ao ano passado, houve um aumento no valor médio da compra de 6,40% e de 5,56% no valor médio do presente.

Em relação à escolha dos presentes, o consultor econômico da Fecomércio explica que em um cenário de elevada inflação onde o índice IPCA que é medido pelo IBGE indica inflação acumulada dos últimos doze meses em 8,97% até agosto deste ano, e de 0,44% apenas no mês de agosto, torna o consumidor mais crítico em relação ao preço dos artigos comprados para presente.

“A pesquisa funciona como uma ferramenta de orientação para o empresário sobre a demanda atual e consequentemente o momento certo para investir. Podemos observar que o momento favorece a substituição de produtos com elevado preço, tendo em vista o artigo que venha a trazer maiores benefícios à criança presenteada”, destacou Eduardo Campos.

A forma de pagamento preferida pelos consumidores para o Dia das Crianças deste ano continua sendo a modalidade à vista com dinheiro, que registrou 51,3% da indicação entre os entrevistados. Já 35,9% optaram pelo uso do cartão de crédito e 15% pelo uso do cartão de débito. Em relação ao ano passado, a preferencia pelo pagamento à vista com dinheiro teve leve alta de 0,20%, enquanto a tendência pelo uso do cartão de crédito subiu 6,21%.

Quanto aos locais em que os consumidores pretendem comprar os presentes para o Dia das Crianças, 47,5% apontam a preferência pelas lojas de Shopping Centers, seguido das lojas do Centro comercial com 40,2%. Na comparação com o ano passado, as lojas do shopping aumentaram 24,02% na preferência do consumidor, enquanto o Centro comercial reduziu 13,55%.

O estudo também apontou quais os motivos que levam aos consumidores a entrarem nas lojas e efetuarem as compras. Para 49,4% dos entrevistados, as promoções são o fator primordial no momento das compras, já 34,2% apontam para os preços como o fator de maior influência nessa hora. Outros motivos que também formaram a lista de motivações dos consumidores foram as vitrines com 21,8%, variedades com 15,1%, qualidade dos produtos com 11%, recepção dos vendedores com 4,8%. Porém, 9,6% dos entrevistados afirmaram que escolhem as lojas antes de sair de casa e 1,9% indicaram outros motivos que definem suas escolhas por determinada loja.

A pesquisa de intenção de consumo para o Dia das Crianças deste ano entrevistou 700 pessoas, entre homens e mulheres com mais de 18 anos, nos dias 1 a 5 de setembro de 2016. A margem de erro da amostra é de 3,7% e o nível de confiança da pesquisa é de 95%. Outros dados do estudo podem ser encontrados no site da Federação do Comércio do Maranhão.