IMÓVEIS
Caixa lança medidas para aquecer mercado imobiliário de luxo
Além da nova linha de crédito imobiliário com teto de R$ 3 milhões, há o aumento na parcela a ser financiada em imóveis de até R$ 750 mil
A classe média alta agora poderá contar com uma linha de financiamento especial para imóveis de alto padrão, já que a Caixa Econômica começará, na próxima segunda-feira, comercializar uma nova linha de crédito imobiliário com teto de R$ 3 milhões. Até agora, o teto de financiamento para imóveis do banco era de R$ 1,5 milhão.
Outra mudança que pode aquecer o mercado da construção civil e imobiliário é que a instituição aumentará de 70% a 80% a parcela a ser financiada em imóveis até R$ 750 mil, por meio do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).
Imóveis usados também ganharão um aumento na cota de financiamento, passando de 60% para 70%. A Caixa passará a receber ainda uma parcela maior para transferência de empréstimos de outros bancos, passando de 50% para 70%.
No Maranhão, o mercado imobiliário tem sido caracterizado por sua dependência do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, como noticiado por O Imparcial em entrevista exclusiva com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil. À época, o presidente em exercício, Edmilson Pires, disse que estava em “compasso de espera” quanto às mudanças significativas que trouxessem os empregos perdidos de volta e medidas que dessem gás na economia.
Os financiamentos eram a grande preocupação do Sindicato, uma vez que os bancos não vinham “bem das pernas” com a recessão e a instabilidade política.
Agora, com as novidades da Caixa Econômica, as construtoras começam a ver com melhores olhos o mercado. Segundo Giovanna Tavares, supervisora de vendas da Construtora e incorporadora Cyrela no Maranhão, a expectativa é positiva. “As novas regras da CEF aquecem o mercado e, no caso da Cyrela, que tem um portfólio de empreendimentos de alto padrão, esse novo teto favorece bastante a demanda”.
Giovana ressalta que esses imóveis passarão a ter crédito mais barato e uma maior facilidade de parcelamento com um prazo maior de até 35 anos. “Em termos de focos de vendas, nossa equipe têm uma visão direcionada a um público que procura imóvel novo, com renda de R$ 10 mil”, explicou.
A iniciativa da Caixa vem para barrar a entrada de outros bancos, como os privados com sede em outros países, na concorrência do crédito imobiliário. O Banco púbico responde hoje ainda por dois terços de todas as operações de crédito para compra de imóveis no país.
Nos primeiros seis meses deste ano, a procura e a liberação de financiamentos ficaram aquém do que se previa. O Feirão da Casa Própria, já uma tradição da Caixa, registrou R$ 10,3 bilhões em negócios, quando em 2015 o feirão registou R$ 11 bilhões. A expectativa era que se houvesse um crédito de R$ 40 bilhões. Com as novas medidas, a Caixa espera liberar até novembro, R$ 90 bilhões, o mesmo liberado em 2015.
“As medidas vêm beneficiar o setor da construção, que mais gera emprego e renda, e contribuir para a retomada do crescimento do país”, declarou o vice presidente de habitação da Caixa Econômica, Nelson Antonio de Souza. Segundo ele, também está em estudo que o banco adote juros menores em empréstimos com uma entrada maior e poucas parcelas de amortização.
A Caixa é o principal financiador de imóveis populares no Brasil e o administrador dos financiamentos do programa Minha Casa Minha Vida. Em março, a instituição voltou a financiar 70% pra trabalhadores do setor privado e 80% para os funcionários públicos, que compraram imóveis usados. Em 2015, havia sido reduzido para 50%. Também neste ano, a Caixa voltou a oferecer a linha de financiamento do segundo imóvel, que havia sido suspensa em agosto de 2015.
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