Responda rapidamente: Que empresas você considera um exemplo de sucesso? Por quê? Agora pergunte o mesmo a alguém 20 anos mais novo ou mais velho que você. Notou a diferença?
No mundo empresarial, uma das principais mudanças ocorridas nas últimas décadas foi a do paradigma de empresa. Se antes, ser empresário significava preocupar-se com uma gama infindável de recursos e, dentre outros, ter uma sede física imponente, hoje, uma ideia na cabeça e um espaço compartido podem render a um empresário a oportunidade de construir um negócio sólido.
Basta conferir a lista da Forbes de pessoas mais ricas do mundo para constatar: entre os 10 primeiros colocados, quatro começaram seus negócios de maneira virtual (entre eles, Mark Zuckerberg e Bill Gates). No cerne das grandes mudanças sobre novas formas de empreender, buscamos alternativas para quem quer começar o seu próprio negócio, mas não dispõe de recursos para fazê-lo da maneira tradicional. Conheça, a seguir, três destas alternativas: os escritórios virtuais, os espaços de coworking e as empresas incubadas.
Um suporte para quem está começando
Uma incubadora de empresas, como o nome sugere, atua para fomentar o surgimento de novas iniciativas empresariais. Em geral, pela natureza da atividade exercida, estas iniciativas estão vinculadas a instituições de ensino superior, que fornecem assessoramento e suporte administrativo às empresas sob seus cuidados.
Na Universidade Federal do Maranhão, a atividade é coordenada pelo Departamento de Empreendedorismo e Inovação (DEMI), dirigido pelo Prof. Dr. Areolino de Almeida Neto. O diretor explica que, no ambiente competitivo empresarial, a incubadora atua para aumentar as condições de sobrevivência e sucesso das iniciativas que apoia. “Como a Universidade é o berço da produção de conhecimento, nada mais justo do que devolver os investimentos públicos aplicados na forma de conhecimento técnico e empresarial, para que empresas locais consigam gerar emprego e renda. Do contrário, vamos ficar assistindo o sucesso de empresas de outros pontos”, afirma.
“O principal é ser uma empresa da base tecnológica, ou seja, ter como produto final ou serviço algo apoiado em tecnologia. Além disso, a empresa deve participar de um edital público apresentando um projeto de inovação tecnológica.”, Prof. Dr. Areolino de Almeida Neto – UFMA
Segundo o professor, atualmente há empresas incubadas na UFMA, atuando em diversas áreas. Estas empresas estão sediadas no Centro de Empreendedorismo da Universidade, inaugurado em 2014 para apoiar empresas juniores e incubadas. O edifício possui 38 salas para apoiar este tipo de iniciativas.
Para estar incubada na Universidade, a empresa deve cumprir alguns requisitos, de acordo com o Professor Areolino Neto. “O principal é ser uma empresa da base tecnológica, ou seja, ter como produto final ou serviço algo apoiado em tecnologia. Além disso, a empresa deve participar de um edital público apresentando um projeto de inovação tecnológica. Os demais requisitos são mais específicos, como documentação”, afirma.
Os benefícios, por outro lado, são vários. “Além de obter conhecimento gerencial, financeiro e fiscal, tem também a redução de custos com aluguel, energia, água, internet, segurança e limpeza. Tudo isso é suportado pela UFMA, cabendo à empresa apenas uma taxa de manutenção, que é inferior ao aluguel de um espaço comercial”, comenta o diretor.
Um hotel voltado para pessoas jurídicas
O advogado Maurício Pereira Muniz divide o seu tempo entre as atividades jurídicas e a administração da empresa MPM Escritórios Virtuais, que define – de modo muito concreto – como um “hotel de empresas”. A explicação é bastante lógica: um hotel regular hospeda pessoas físicas, enquanto um escritório virtual desempenha a mesma função para pessoas jurídicas. “Os escritórios virtuais, trabalham com uma prestação de serviços que envolve espaço físico, mas também um assessoramento da atividade meio de uma empresa ou profissional liberal. Fazemos atendimento telefônico, anotação de recados, disponibilização de um número de contato personalizado, além de todo o suporte com estrutura física”, explica.
“Hoje, o custo de implantação e manutenção de uma empresa é muito elevado. Então, mediante um contrato, nós disponibilizamos um número telefônico, um endereço comercial.”, Maurício Pereira Muniz – Advogado
Fundada há nove anos, a empresa é a única na sua área de atuação em São Luís. Diferencia-se dos coworkings porque, em geral, destina espaços de atuação próprios para cada empresa, que compartilham apenas as áreas comuns do edifício comercial (como salas de reunião e treinamentos, que devem ser reservadas de modo antecipado).
Quanto aos benefícios de hospedagem, Maurício destaca que a ideia gira ao redor da prestação de uma assessoria. “Hoje, o custo de implantação e manutenção de uma empresa é muito elevado. Então, mediante um contrato, nós disponibilizamos um número telefônico, um endereço comercial. Nós nos propusemos a ser um elo entre as várias empresas que estão conosco. A principal diferença que temos é oferecer o serviço de assessoramento da atividade meio da empresa”, comenta.
Segundo o empresário, ao se ocupar da parte administrativa do negócio (espaço físico, manutenção e mobília), seus clientes (empresas) podem dedicar-se exclusivamente à sua área de atuação. “Uma das nossas missões é fazer com que os nossos clientes aprendam a racionalizar o máximo possível o seu tempo e recursos. Nós nos preocupamos com a infraestrutura e com os serviços administrativos e, assim, o nosso cliente pode se dedicar exclusivamente ao seu trabalho”, menciona.
Atualmente, há cerca de 30 empresas e profissionais liberais vinculados à MPM, que exercem diversas áreas de atuação. “Hoje, nós temos uma gama de clientes muito variada: desde aquele que tem um trabalho eminentemente virtual, que só precisa de um local para fazer referência aos seus clientes, até o cliente básico (que utiliza na medida da necessidade dele) e os clientes fixos, que têm uma sala completamente dedicada para eles”, revela.
Experiências em um espaço compartilhado
Já imaginou trabalhar num escritório sem paredes, divisórias, sem salas exclusivas e com espaços integrados de uso comum? E mais: fazer isso economizando dinheiro, em comparação com os gastos de alugar ou construir um escritório próprio. Essa é a ideia dos coworkings, um grande espaço adaptado à necessidade de diferentes profissionais. Neles, as bancadas de trabalho tornam-se um local não apenas para desenvolver a sua atividade, mas também para compartilhar ideias com outros empresários e, inclusive, fazer novos negócios.
De acordo com Carol Calado, sócia do espaço compartilhado Nafonte, localizado no Centro Histórico de São Luís, o coworking é um espaço de troca de experiências. “O espaço de coworking é um espaço único, em que diversas empresas trabalham em conjunto, em parceria ou individualmente. Você tem a estrutura de um escritório comum (impressora, ar condicionado, internet, limpeza, banheiro, cozinha), mas por um preço bem mais acessível você faz a locação de um pequeno espaço, de uma bancada, por exemplo, e você está aberto tanto para captar novos clientes, quanto para trocar experiências sempre”, explica.
Carol iniciou o Coworking Nafonte em agosto de 2015, em sociedade com o diretor de arte Fabio Matta. Fábio conta que a ideia de construir o espaço veio da necessidade de ter um local próprio para desempenhar suas atividades, até então realizadas em sua casa, e de ter contato com um ambiente mais dinâmico.No Maranhão, há pelo menos três espaços de trabalho compartilhado, segundo dados do “Censo Coworking Brasil” de 2015, organizado pela rede Ekonomio, em parceria com a B4i e a Coworking Brasil.
Um suporte para quem está começando