Governo lança pacote de medidas para driblar a recessão econômica
Medidas atendem parte da agenda do PT e incluem a criação de linhas de crédito para socorrer empresas em dificuldades e renegociação da dívida dos estados com a União
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Barbosa anunciou ainda que, na próxima segunda-feira, o governo deve encaminhar ao Congresso o texto do acordo de alongamento da dívida dos estados com a União. Os detalhes serão anunciados, pouco antes, em reunião com os 27 governadores. O ministro destacou que diversas administrações regionais vivem problemas de caixa e, muitas vezes, acabam recorrendo a soluções locais e isoladas que podem gerar problemas sistêmicos. “Por isso, a União resolveu entrar no jogo”, disse. O acordo prevê que os estados em pior situação possam alongar o prazo de pagamento dos débitos e obter, por até dois anos, desconto de 40% nas parcelas mensais. Como compensação, o governo exigirá medidas para controlar o crescimento da folha de salários e da previdência dos servidores.
Habitação
Em outro projeto, segundo fontes da área econômica, o governo pedirá autorização ao Legislativo para que o deficit público deste ano possa ser elevado para até R$ 60,2 bilhões, o que poderá liberar R$ 9 bilhões para a conclusão de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que estão paralisadas. O Executivo pretende ainda tirar da geladeira a contratação de 2 milhões de moradias da terceira fase do Programa Minha Casa Minha Vida.
Nas discussões internas do governo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, vinha se mostrando contrário ao uso dos depósitos compulsórios dos bancos para reforçar o crédito. Ontem, sem dar mais detalhes, Barbosa ressaltou que as decisões devem ser tomadas com cuidado, porque “simplesmente baixar o compulsório não assegura que os recursos cheguem à ponta”. No início do ano, o governo já havia anunciado um aumento de R$ 83 bilhões na disponibilidade de crédito de bancos oficiais.