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O Salão da Páscoa, promovido todo ano pela Abicab, é um evento que reúne os mais importantes fabricantes de chocolates e derivados do país
Apesar da crise, os fabricantes de chocolates não estão desanimados para a Páscoa de 2016. Eles apresentaram, na semana passada, durante a 27ª edição do Salão de Páscoa, em São Paulo, 147 lançamentos de Ovos de Páscoa e outros produtos. “Supermercados, armazéns, padarias e lojas especializadas oferecerão uma grande variedade de tipos de ovos de chocolate, preços e sabores para todos os perfis de clientes”, anunciou o vice-presidente da pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim Balas e Derivados (Abicab), Ubiracy Fonseca.
O evento é promovido pela Abicab e reúne os principais fabricantes do setor. A péssima notícia é que, infelizmente, os ovos virão com reajuste de preço, o que é natural diante do reflexo da atual crise econômica Brasileira. “Obviamente que este ano os ovos vão ter um reajuste de preços, como em tudo no mercado. Vai ter aumento porque o dólar aumentou, o açúcar aumentou 30%, houve aumento de mão de obra, aumento de combustível e isso, evidentemente aumenta os custos logísticos, como transporte e armazenamento. Então, vai ter reajuste de preço sim”, explicou o vice-presidente da ABICAB.
Para não pesar tanto no bolso do consumidor, os fabricantes diminuíram o tamanho do ovo e a sofisticação das embalagens, mantendo, claro, o que mais interessa ao paladar dos amantes de chocolate, o sabor. “Os nossos fabricantes procuraram fazer mais com menos. Ou seja, produzir com mais produtividade, diminuir o tamanho das formas, procurar produzir com menos tempo, diminuir o tamanho das embalagens e também dos ovos. Tudo isso foi feito para ter um custo menor até mesmo reduzir as margens para que isso possibilite a venda”.
Em 2015, a Páscoa foi responsável pelo acumulado de 19,7 mil toneladas de chocolate produzidas pela indústria e chocolaterias, o que correspondeu a cerca de 80 milhões de ovos de Páscoa em todo o país. “O total ficou estável se comparado a 2014, quando foram produzidas 19,4 mil toneladas do alimento. O volume de 2016 ainda não está fechado, pois as indústrias ainda estão produzindo os Ovos de Páscoa e outros produtos de chocolate”, afirma Ubiracy.
De janeiro a setembro de 2015, a produção apresentou queda de 10% em relação ao mesmo período de 2014. Isso porque o consumo per capita no Brasil é de 2,5 Kg/ano. Sendo o terceiro maior consumidor e produtor mundial em chocolates, perdendo apenas para os Estados Unidos e Alemanha. Este ano, eles não descartam queda na produção, mas são otimistas ao prever os números. “Acredito que nossa queda este ano vai ser em torno de 7% a 85%. Vamos ter uma pequena recuperação no Natal, que tem um consumo maior. Mas, de qualquer forma, vamos fechar o ano em queda”, adianta Ubiracy.
Empregos temporáriosA boa notícia é no aumento de contratações temporárias. De acordo com levantamento da Abicab, para atender à demanda de 2016, as indústrias e lojas especializadas geraram cerca de 29 mil empregos temporários em todo Brasil. As vagas são para produção, promoção e venda de produtos no período de outubro de 2015 a março de 2016. “Apesar da atual situação econômica do país, obtivemos um aumento de 10% nas contratações, visto que muitas empresas estão investindo em seus pontos de vendas para atrair o consumidor”, analisa o vice-presidente.
Só no mercado, segundo Ubiracy, serão injetados três mil empregadores. “Estamos contratando três mil de mão de obra a mais. E essas pessoas estão sendo locadas nos pontos de venda, como supermercados e lojas de departamento, porque a concorrência esta maior, e o consumidor mais difícil. Eles vão dar uma assistência ao consumidor, que vai entrar no supermercado ou em uma loja e encontrar uma infinidade de ovos e não vai saber escolher o que será melhor para seu perfil de consumo”, finaliza.
A Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) foi fundada em 1957 com o objetivo de responder pela política do setor junto às esferas públicas e privada, tanto no Brasil quanto no exterior. Suas diretrizes são voltadas para a valorização destas indústrias, que são responsáveis pela geração de 31 mil empregos diretos e 62 mil indiretos. Atualmente, a Abicab engloba toda a cadeia produtiva nacional dos setores que representa, abrangendo 92% do mercado de chocolates, 70% do mercado de balas e confeitos, 80% do mercado de amendoim e 100% do mercado de cacau.