REMESSA

Economia americana melhora e brasileiros aumentam remessas

Brasileiros residentes em outras nações elevam as remessas para familiares no Brasil. Só em outubro deste ano, o valor cresceu 37% em relação a um ano passado

Fernando Rocha
A melhora da economia nos Estados Unidos levou os brasileiros que vivem naquele país a aumentarem as remessas para o Brasil. E o comportamento foi seguido por moradores de outras nações. Dados do Banco Central apontam que as transferências de pessoas no exterior para familiares no Brasil somaram US$ 265 milhões em outubro, uma alta de 37% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a outubro, o montante já ultrapassa U$S 2 bilhões, uma elevação de 18,5% na mesma base de comparação. Os EUA respondem pela maior parte desses recursos.
Por outro lado, a valorização do dólar diante do real manteve em queda as despesas de turistas brasileiros no exterior. Os gastos dos viajantes recuaram 52,6% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, para pouco mais de US$ 1 bilhão. Nos 10 primeiros meses de 2015, os desembolsos chegaram a US$ 15,1 bilhões, um recuo de 30,2%. O aumento nas transferências pessoais para o Brasil e a redução nos gastos de viagens são dois fatores que ajudaram a reduzir o rombo das contas externas.
Com o encarecimento do dólar e a crise econômica, o deficit em transações correntes (balança comercial, de serviços, transferências e rendas) chegou a US$ 53,4 bilhões de janeiro a outubro, valor 35,8% inferior ao registrado no do mesmo período de 2014. Esse ajuste também tem sido favorecido pela redução da corrente de comércio do país. Como as empresas brasileiras têm importado menos, em meio ao péssimo momento econômico, o superavit da balança comercial chegou a R$ 10,7 bilhões de janeiro a outubro.
Deficit externo
Nas contas do BC, o deficit externo deve chegar a US$ 65 bilhões neste ano, mas o chefe adjunto do Departamento Econômico da autoridade monetária, Fernando Rocha, explicou que a tendência é de que a expectativa seja revista para menos. “O BC tradicionalmente atualiza as projeções trimestralmente, e deve fazer isso no mês que vem, mas, acompanhando os resultados correntes, eu diria que a tendência da projeção é de baixa”, afirmou.
Rocha observou que a redução do deficit é positiva para o país e destacou que o investimento direto no país, que já soma US$ 54,9 bilhões neste ano, cobre todo o rombo. “Nesse momento de ajuste na economia, o setor externo dá uma contribuição positiva, por meio de deficit menor nas transações correntes. Isso é verdade tanto para balança comercial quanto para a conta de serviços. E ocorre pela queda na atividade econômica do país, além da apreciação cambial, que encarece bens e serviços importados”, ressaltou.
A crise na economia brasileira e o rebaixamento da nota de crédito do país, no entanto, deixam mais cautelosos os investidores estrangeiros em relação a títulos de renda fixa. Em outubro, US$ 2,4 bilhões saíram desse tipo de investimento, já descontado tudo o que foi investido. No mesmo mês do ano passado, houve entrada de US$ 3,5 bilhões. Fernando Rocha, do BC, comentou que a volatilidade ocorre desde julho. “Isso mostra a incerteza do investidor estrangeiro em relação à economia doméstica”, afirmou.
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